Eu nunca construí um castelo de areia. Também pudera, quase nunca fui á praia.
Lembro que quando era criança, por volta dos meus 6 anos, eu ia até uma praia de pescadores, passar uns dias na casa dos avós dos meus primos.
Praia de pescadores, se é que se pode chamá-ça de praia, não tem onda e nem areia branca. É praticamente uma gosma escura que gruda entre nossos dedos á cada passo que afundamos nossos pés. Na água, há o risco de ser picado por siris e caranguejos ou pisar em um peixe bagre.
A primeira vez que vi praia com onda foi aos 14 anos. Chovia e ventava, então não ficamos muito tempo, apenas olhamos, pois as gostas da chuva e as gotas do mar carregadas pelo forte vento agredia nossos rostos. Doía muito.
Regressei á casa dos avós dos meus primos outras vezes, mas em nenhuma delas fui á praia.
Voltei á uma praia aos 19 anos. A
gora sim, para aproveitar e em praias de verdade.
A que mais me encantou: Praia da Joaquina. Mar de um azul claro, forte ondas, areia branca.
Entretanto, não construí meu castelo de areia.
O único castelo de areia que possuí e ainda possuo é a minha vida.
Meu castelo, montado com cada grão de areia que representa uma pessoa em minha vida, não é um castelo de contos de fadas.
Pelo contrário.
Ele ainda está em construção.
Grãos se foram, levados pelo vento.
Partindo em uma viagem sem fim ou simplesmente para se abrigar em um outro castelo, mais forte e mais bonito.
Eu não desanimo.
Ainda há milhares de grãos que manterão meu castelo em pé por muito tempo.
São meus parentes, meus pais, meu irmão, meus amigos.
São pessoas que serão para a vida toda.
Aquelas que estarão comigo quando o meu castelo começar a desmoronar...
Thursday, December 21, 2006
Castelo de areia
Posted by Karina Tiemi at 9:16 AM 6 comments
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Wednesday, December 13, 2006
(IN) Decisões.
*****
Mas que eu gostaria de saber se estou fazendo a coisa certa, ah eu gostaria!
Posted by Karina Tiemi at 4:43 AM 7 comments
Labels: Pensamentos...
Friday, December 08, 2006
Corrente!
Essa é uma das - poucas, mas poucas mesmo - correntes que eu curto responder!
As regras são simples.
Escolha uma banda e responda as perguntas com os títulos de músicas dessa banda!
Aqui vão as minhas respostas:
- :: Banda Que Escolhi: Engenheiros do Hawaii
:: 1 Você é homem ou mulher?- Eu sou uma "Sweet Begônia "
:: 2. Descreva-se:- "A Bola da Vez" =D
:: 3. O que as pessoas acham de você?- "Sem Você (é Foda!)"
:: 4. Como descreveria seu último relacionamento amoroso?- "A Promessa"
:: 5. Descreva sua atual relação com seu namorado ou pretendente:- "Ninguém = Ninguém"
:: 6. Onde queria estar agora?- "Infinita Highway"
:: 7. O que pensa a respeito do amor?- "Hora Do Mergulho"
:: 8. Como é sua vida?- "Novos Horizontes"
:: 9. O que pediria se pudesse ter apenas um desejo?- "O Castelo Dos Destinos Cruzados "
:: 10. Escreva uma frase sábia:- "Problemas...sempre Existiram..."
Posted by Karina Tiemi at 5:25 AM 5 comments
Labels: Cotidiano
Saturday, December 02, 2006
Balada
O som estava alto, a fumaça e a pouca iluminação embaçavam a sua visão, o cheiro de alcóol e cigarro misturavam-se em seu cabelo e sua roupa. E a música entrava em seu corpo.
Andréia sentia cada batida fluindo pelas suas véias. Seu coração batia no mesmo ritmo. Por alguns instantes esqueceu onde estava, com quem estava. Ignorava as dezenas de pessoas dançando no mesmo ritmo á sua volta. Por um momento, ela só sentia a música.
Problemas, preocupações e tristezas ficaram do lado de fora, trancados em seu carro - pois uma hora deveria voltar á realidade - enquanto se divertia naquela casa noturna.
Troca de olhares. Já não é mais a música e ela apenas, seus movimentos começam a ter objetivo. Finge que não o vê, finge que não percebe que ele está se aproximando. Finge que não gosta quando ele a segura pelo braço. Finge que o beijo é forçado.
"O mundo vai acabar
Ela só quer dançar
O mundo vai acabar
Ela só quer dançar, dançar, dançar!
Pneus de carro cantam...
Tchururu tchuru tchuru"
Não pergunta o seu nome, quebraria a magia da noite. Não quer vê-lo outra vez, apesar de admitir que beija bem. Não, Andréia não veio atrás de dores de cabeça. Veio para esquecê-las.
No bar, pede a sua poção mágica. Seu corpo quente pelo calor do local e agitação da música relaxa enquanto o liquído gelado e amargo escorre pela sua garganta.
E volta a dançar.
Encontra uma de suas amigas.
Dançam juntas.
Uma seduz á outra, seduzindo de tabela á quem assiste. Juntas vão ao chão e levantam. E dançam. Dançam...Dançam...
Risadas.
Novas trocas de olhares.
Novos beijos.
E mais música.
Lá fora o Sol já está nascendo mais uma vez. Os raios ofuscam sua visão, sua vista arde, estava em um ambiente muito escuro. O segurança fecha a porta á suas costas e no mesmo instante a lúcidez retorna. De volta á realidade.
Ainda não.
Chega em casa em vinte minutos, joga a chave em um canto, os sapatos e as roupas noutro. Por fim, joga-se na cama, sem banho, para as marcas daquele mundo irreal, surreal, quase abstrato e totalmente bacanal permanecerem por mais algumas horas em seu corpo.
Cansada, adormece rápido.
E somente quando acordar, aí sim, retornar á realidade.
Posted by Karina Tiemi at 8:21 AM 3 comments
Labels: Meus contos
Sunday, November 26, 2006
Me mandaram pro Inferno...E eu me diverti!!
- Hein? Que inferno?
- Na rua Augusta!
Como assim me mandam ir para o inferno na cara de pau e desta vez eu nem tinha feito nada! Na verdade, trata-se de uma casa de rock lá na Augusta.
- Ah, rola umas pessoas estranhas!
De início estava ficando desanimada. Não entendo nada de rock, só as minhas bandas preferidas - Engenheiros do Hawaii, Titãs, Nenhum de nós, CPM 22 - rock nacional, rock brazuka.
Borderlinerz??
Flaming Moe??
Nunca ouvi falar nada deles na minha vida até então. Mas como diz a música "Novos Horizontes" do Engenheiros, é preciso "explodir as grades e voar, não tenho para onde ir, mas não quero ficar...Novos horizontes, se não for isso o que será?"
Então, eu fui.
Troquei a H. News pelo Inferno...
Tudo começava a conspirar contra.
Choveu muito.
Fizemos um esquenta antes numa padoka - aliás, eles fizeram, dessa vez não tomei nada, quis evitar ficar zuada e estragar a noite dos outros de novo.
Enfim, pisei na poça, tomei chuva, mas enfim chegamos na Augusta 501.
E foi muito louco!!
Pq meus amigos ficaram loucos!!
Dançamos, ELES cantaram, por que eu não conhecia uma música sequer, e zuamos.
Rolou até gelo nas roupas e cabelos molhados de cerveja...
E curti bastante a música "Bula" do Borderlinerz -
"Os sintomas são frequentes, me segura estou caindo, a resposta é devagar, a resposta é devagar, a resposta é devagar. O tempo passa e o efeito vai perdendo a sua ação. Paranóia traz de volta a dor no meu coração. Não, eu não sei mais se eu vou em frente ou volto atrás...Aumentar a dose da medicação"
Fui para o inferno no fim de semana e recarreguei as minhas energias para aguentar o inferno da faculdade.
Aula de rádio com Bufah em plena segunda, ninguém merece...
Enfim, vão todos para o Inferno...Club!!
Posted by Karina Tiemi at 6:05 AM 5 comments
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Sunday, November 19, 2006
Família, família...Papai, mamãe, vovó, titia...
Posted by Karina Tiemi at 4:52 PM 5 comments
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Friday, November 17, 2006
Na infinita Highway...

Os riscos desta highway
Você me faz correr atrás
Do horizonte desta highway
Ninguém por perto, silêncio no deserto,
Deserta highway
Sabe exatamente onde vai parar
Mas não precisamos saber pra onde vamos
Nós só precisamos ir
Não queremos ter o que não temos
Nós só queremos viver
Sem motivos nem objetivos
Estamos vivos e isto é tudo
É sobretudo a lei
Dessa infinita highway
Quando eu vivia e morria na cidade
Eu não tinha nada, nada a temer
Mas eu tinha medo, medo desta estrada
Olhe só! Veja você!
Quando eu vivia e morria na cidade
Eu tinha de tudo, tudo ao meu redor
Mas tudo que eu sentia era que algo me faltava
E, à noite, eu acordava banhado em suor
Não queremos lembrar o que esquecemos
Nós só queremos viver
Não queremos aprender o que já sabemos
Não queremos nem saber
Sem motivos, nem objetivos
Estamos vivos e é só
Só obedecemos a lei
Da infinita highway
Escute garota, o vento canta uma canção
Dessas que a gente nunca canta sem razão
Me diga, garota: "Será a estrada uma prisão?"
Eu acho que sim, você finge que não
Mas nem por isso ficaremos parados
Com a cabeça nas nuvens e os pés no chão
Tudo bem, garota, não adianta mesmo ser livre
Se tanta gente vive sem ter como viver
Estamos sós e nenhum de nós
Sabe onde quer chegar
Estamos vivos sem motivos
Mas que motivos temos pra estar?
Atrás de palavras escondidas
Nas entre linhas do horizonte
Desta highway(?) Silenciosa highway
"Eu vejo um horizonte trêmulo
Tenho os olhos úmidos"
"Eu posso estar completamente enganado
Posso estar correndo pro lado errado"
Mas "A dúvida é o preço da pureza"
É inútil ter certeza
Eu vejo as placas dizendo "Não corra"
"Não morra", "Não fume"
"Eu vejo as placas cortando o horizonte
Elas parecem facas de dois gumes"
Minha vida é tao confusa quanto a América Central
Por isso não me acuse de ser irracional
Escute garota, façamos um trato:
"Você desliga o telefone se eu ficar muito abstrato"
Eu posso ser um Bealte
Um beatnik, ou um bitolado
Mas eu não sou ator
Eu não tô à toa do teu lado
Por isso garota façamos um pacto:
"Não usar a highway pra causar impacto"
Cento e dez
Cento e vinte
Cento e sessenta
Só pra ver até quando
O motor aguenta
Na boca, em vez de um beijo,
Um chiclet de menta
E a sombra de um sorriso que eu deixei
Numa das curvas da highway"
* * * * *
Ontem, numa conversa via msn, tornei 'concreto' o que já estava dentro de mim. Concreto entre aspas, por que só ficou registrado virtualmente...Enfim, o que importa é que traduzi em palavras aquilo que há muito estava sentindo...- principalmente devido ás aulas de T. Comunicação- ...A futilidade da vida capitalista. Sei que é uma coisa óbvia, mas não deixa de ser menos frustrante pensar que não adianta nada sofrer tanto (faculdade, trabalho) para, no fim, conseguirmos apenas dinheiro para sustentar nossas necessidades criadas pelo próprio capitalismo e, além disso, deixar tudo para trás quando morrermos.
Posted by Karina Tiemi at 4:54 AM 6 comments
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Tuesday, November 14, 2006
Amizade Virtual!

Por outro lado, quando encontramos uma pessoa sincera na internet, não há coisa melhor, porque conhecemos primeiro o interior dela através das frases que lemos no monitor, dentro dos quadros de bate-papos. Conhecemos primeiro suas idéias, seus gostos, suas reflexões, seus sentimentos. E somente depois disso conhecemos o seu fisíco. Deixamos nossos vicíos de lado e nós mesmos nos tornamos mais sinceros, aprendemos que nem sempre a beleza importa, por que depois que conhecemos o interior de uma pessoa, a questão da beleza fica em segunda, terceiro, até em último plano. Ás vezes nem tomamos conhecimento da beleza física.
O que é o ideal, pois a pessoa se torna linda pelos seus pensamentos e atitudes. Eu tive sorte. Tenho amigos ótimos que estão do meu lado - literalmente - todos os dias. Mas também tenho aqueles que, mesmo á distância, estão torcendo por mim. É o caso da Luciane, ou mais conhecida por Lucy.
Há seis, quase sete, anos atrás, nos conhecemos em um bate-papo da Uol - através de, na época, um amigo em comum - desde então, ela se tornou essencial para mim. Quando tenho um problema, corro para conversar com ela. Quando acontece algo de bom, é uma das primeiras a saber. Temos tantas coisas em comum, que nos consideramos irmãs.
Esse ano, nossa amizade passou do mundo das idéias - será que posso denomiar a internet dessa maneira? - Para o mundo real. Em meados de Julho, ela passou alguns dias em casa. Foi a primeira vez que nos "vimos", mas como nossa amizade sempre foi muito sincera, não houve constrangimento ou timidez alguma.
Parecia que ela era uma amiga que ficou um tempo longe de casa e que estava retornando ao seu lugar. Essa foi uma visita muito corrida - chegou na sexta, foi embora no domingo no começo da tarde. Agora, no feriado do último dia 02, ela passou um pouquinho de tempo a mais por aqui e curtimos muito. Desde trabalho de rádio, até o abraço de despedida na estação.
Por isso digo que a qualidade de interação á distância supera os diversos mal-entendidos que ocorrem na internet (que não deveriam ocorrer para aqueles que querem ser jornalistas, pois devíamos escrever o mais claramente possível, caso contrário nossos leitores também sempre entenderão de maneira errada).
Temos sempre que usar a tecnologia á nosso favor, apesar dos seus defeitos e reconhecer os seus bons frutos, ao invés de sempre realçar a maçã podre.
Posted by Karina Tiemi at 8:00 AM 6 comments
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Sonho muito doido!
- Vamos logo, Elisa!
- Mas os elevadores estão proibidos!
- Mas se não fizermos isso, chegaremos atrasadas!!
Nós estavamos discutindo em um luxuoso quarto de um prédio comercial. Sim. Quarto, com cama e guarda roupas, em um prédio comercial.
- Ai, isso não vai dar certo...- resmungou a garota de descendência indígena e cabelos longos ondulados. Seus olhos amendoados refletiam a sua preocupação em estar fazendo algo errado.
Eu já estava irritada com a indecisão de Elisa. Por fim bufei e, praticamente arrastando-a, caminhei até o hall dos elevadores. Estava vazio.
- E esse elevador que não chega nunca!! - comentei.
- Talvez por que elesestejam...Dããã...Ahhh...Proibidos??? - comentou Elisa, sarcasticamente. E FOLGADAMENTE.
Não lhe dei bola e sorri quando finalmente a porta do elevador se abriu. Entramos e apertei o botão do térreo. Entretanto, assim que a porta tornou a se abrir, no andar desejado, nós demos de cara com um enorme e mal humorado segurança, que arregalou seus olhos por nos ver no elevador e já sacava o seu walk-talk para avisar a equipe de segurança, mas fui mais rápida e apertei o botão que fechava a porta.
- Eu avisei! Eu avisei! Eu disse, não disse? - repetia Elisa.
Eu a ignorava, pensando em um jeito de sairmos daquele prédio. Descemos no primeiro andar e corremos pelas escadarias. Já próximas á saída do térreo, novamente encontramos aquele segurança mala e a perseguição recomeçou.
Nós, porém, conseguimos driblar com facilidade a guarda e finalmente chegamos á rua, onde entramos em um táxi e seguimos para o nosso destino: a faculdade.
* * * * *
Era uma sala totalmente desconhecida, mas agíamos como se fossemos íntimas dos demais alunos. Enquanto a aula não começava, resolvemos brincar de pega-pega (?) com os meninos da sala.
A professora chegou no momento em que todos estavam se jogando em cima de mim e eu só sentia o peso de um japa de cabelos cumpridos em cima de mim.
A professora riu e apenas pediu para que todos se sentassem logo, pois tinha um aviso muito importante:
- Minhas crianças - disse ela, uma mulher de uns quarenta anos, cabelos curtos e loiros, olhos azuis. - Hoje temos uma aula muito importante! Hoje iremos aprender a nos defender dessa grande ameaça que paira sobre São Paulo.
Não, não era o PCC. Em grande estilo harryportiano - se é que existe tal termo - a professora estava ensinando como se defender de um monstro que devastara as cidades do interior e se aproximava da capital.
- Bom, dividam-se em duplas e prestem bastante atenção! Vocês devem sempre carregar com vocês, essas esponjas! - e ela mostrou inúmeras esponjas de variadas cores, mas as mais fortes eram as azuis - E aperta-las assim! Meninos, imaginem que vocês estejam apertando as...Bem...As esponjas das suas namoradas! Isso, com gosto! Exatamente dessa maneira!Apertem na direção do inimigo e vocês verão que irá surgir a barra de vida do monstro e quando ela esvaziar, vocês conseguirão derrotar o inimigo!!
Faltava apenas tocar uma música a lá melhores filmes americanos sobre força e coragem, para incetivar o discurso. Era quase um clima de guerra (ainda que com um monstro desconhecido) e patriotismo.
Entretanto, como também em um filme americano que atinge o seu climax, é nesse momento que uma forte ventania toma conta da sala. Rapidamente a sala de aula foi destruída e os alunos dispersados. Jogados em pequenos grupos pelo local, eles se agarravam em qualquer lugar que estivessem ao seu alcance.
Muitos não conseguiram.
Entre eles, a professora.
Eu me vi separadas de minhas amigas Alline e Elisa, e sentia meus dedos escorregarem do poste de luz com a pressão do vento, que na verdade era o ar sendo sugado pelo monstro. Sentia-me irremediavelmente perdida, mas foi então que senti uma mão me segurar. Olhei para cima. Era Marina. O que ela estaria fazendo ali? Tão longe de casa?Naquele momento não havia espaço para perguntas. Com uma força que desconhecia em minha amiga, Marina conseguiu nos manter seguras contra o vento.
Então tudo se acalmou.
Olhando ao redor, notei que sobraram poucas pessoas. E não podia chorar, não podia perder tempo. Explicando rapidamente á Marina o que estava acontecendo, nós nos aproximamos dos sobreviventes. Entre eles, um rapaz, que vou chamá-lo de Leonardo, por não conhecer o seu verdadeiro nome.
Léo disse que precisávamos encontrar as esponjas, mas elas haviam sido jogadas para longe, entre os destroços da faculdade.Formamos uma equipe de busca. Éramos em dez pessoas:Marina, Léo, eu, uma outra garota japonesa, que chamarei de Mia, dois amigos de Léo, Bruno e Rafael e mais quatro pessoas que tiveram pouca ou nenhuma participação, como os figurantes de LOST.E a nossa jornada começou.
Entre as ruas desertas e destruídas de São Paulo, mais precisamente no caos de uma avenida Paulista - e não estou falando do trânsito - caminhamos em direção ao metrô, local em que seria realizado o segundo confronto com nosso temido inimigo.
Descemos as escadas da estação Consolação e embarcamos no primeiro vagão, sem nem ao menos nos indagarmos por que diabos, em meio a tanta confusão, o metrô não sofrera nenhum dano e continuava a funcionar normalmente e...Pior, em uma cidade deserta, quem estava controlando o metrô?
Essas dúvidas, entretanto, não passaram em nossas mentes. Conversavamos poucos, pois temiamos perguntar pelos nossos amigos que não estavam ali presente, embora todos soubessem as respostas. Estava um clima de luto péssimo, sentia a angústia crescer dentro de mim, mas foi substituída por medo quando novamente vimos tudo ao nosso redor ser sugado pelo inimigo.
Novamente resistimos, embora não sem perdas, e o grupo diminuiu mais uma vez. Sobramos Marina, Léo, Mia e eu.Finalmente chegamos ao nosso destino. Era uma espécie daqueles brinquedos que as crianças vivem se pendurando, só que em proporções muito maiores. Era azul.
Escalamos sem muitas dificuldades, até eu. Foi então que o Léo finalmente encontrou as famosas esponjas e, inclusive, eram as azuis.
Eis que nos vem o flashback da aula.
Em nossas mentes, a professora repetia sua lição.
"- Bom, dividam-se em duplas e prestem bastante atenção! Vocês devem sempre carregar com vocês, essas esponjas! - e ela mostrou inúmeras esponjas de variadas cores, mas as mais fortes eram as azuis - E aperta-las assim! ".
Então Léo se prontificou a encarar o monstro, ele iria se sacrificar. Ele era parecido com o Keanu Reeves! (Não sei se com Neo ou Constantini, ainda que na cena do metrô lembrava "Velocidade Máxima").
Dessa vez, vimos o monstro. Era uma espécie de cobra gigantesca, mas com cara de dragão e de cabelos Loiros-palha-de-vassoura. Era surreal, para não dizer bizarro. Léo sacou as esponjas e as apertou com fúria. Era hilário. Mas no momento, fiquei desesperada. Percebi, então, que ele era meu grande amor e não podia perde-lo assim. Corri até ele e...Apertei as esponjas com fúria também...Ao som de "I can't live", do Air Supply.
E a barra de vida do monstro surgiu em nossa frente e com alegria vimos a cor amarela ir desaparecendo aos poucos. Quando sumiu de vez, o monstro desabou. E desabou também, o Léo.
Não sei por que só ele se foi.
Chorando, sentei-me em um canto. Nesse momento, em um prédio próximo, as luzes das janelas se acenderam, iluminando aquela trágica noite. A porta do prédio se abriu. E de lá, saiu um pastel...(não literal, fique bem entendido).
Ele aproximou-se de mim e, cruelmente, disse:
- Ainda bem que ele morreu!
E minha resposta, muito conexa com o assunto, foi:
- A culpa não foi minha! Eu só tô brincando!
Ele:- Sei.
Eu começo a rir loucamente. E a camêra vai se afastando, exatamente como no final de um filme.
Mas era apenas o final de um sonho...Muito louco!
* * * * *
Lembrei de uma conversa sobre sonhos que tive com uns amigos, no prédio de um amigo, há muitos dias atrás, sobre a interpretação de sonhos. Por favor, interpretem esse que, por mais que eu tente, ainda não consigo entender o significado essencial. Algumas coisas ali ou aqui, tenho as minhas idéiazinhas, mas, num geral, creio que foi só pra dar emoção...Já que na vida real não há nenhuma...Pelo menos não tão forte quanto as que senti durante esse sonho.
Posted by Karina Tiemi at 7:14 AM 7 comments
Labels: Cotidiano
Thursday, November 09, 2006
I wanna play a game!
Como acontece em muitos filmes - praticamente todos nos últimos anos - a sequência se tornou inevitável.

Posted by Karina Tiemi at 6:59 PM 7 comments
Labels: Cinema
Tuesday, November 07, 2006
Velha infância...
Num dia eu li o texto "Eu já tive um relógio digital", escrito por Janaína Pereira, minha colega de classe na faculdade. Ela faz uma viagem no tempo ao recordar das tendências dos anos 80.
Posted by Karina Tiemi at 6:37 PM 7 comments
Labels: Pensamentos...
Sunday, November 05, 2006
Deixei de ser Winnie Cooper!!
- Winnie! Você parece a Winnie Cooper!
- Você assistia Anos incríveis?
ano passado foi o auge!Sinceramente não me acho tão parecida assim á ponto das pessoas comentarem admiradas, mas já dizia o ditado "a voz do povo, é a voz de Deus".
Sempre foi uma das primeiras coisas que me diziam quando me conheciam, inclusive os caras que eu fiquei. Mas nenhum deles se transformou no meu Kevin Arnold...Ou viraram todos, uma vez que a Winnie e o Kevin se separam no final da série. Nunca me incomodei muito com isso, era até engraçado.
Chegou ao ponto de uma professora na faculdade ficar me chamando de Winnie, em vez de dizer meu nome.
Posted by Karina Tiemi at 12:19 PM 4 comments
Labels: Cotidiano
Tuesday, October 31, 2006
Haloween - A ressureição
E com o passar dos anos só piorou. A tecnologia e os efeitos especiais ao invés de aperfeiçoar as cenas, tornou-as mais risíveis ainda, se é que isso é possível.
Confesso que nunca levei Freddy Kruger á sério, ele sempre foi um palhaço, mas Jason perdeu totalmente o meu respeito nos últimos filmes. Assisti várias “Sexta-feira 13”, desde o primeiro, até o Jason X Freddy. Lamentável. Pior ainda foi o Jason X, em que “bombaram” o Jason á ponto dele parecer um ciborg a lá Exterminador do Futuro misturado com Super Patos – alguém lembra desse desenho?
De uma história baseada em fatos reais, Jason se tornou uma máquina sádica de matar. Até aí, aceitável. Mas nos dois últimos filmes a matança foi desenfreada e sem um clima de realismo. A disputa entre Jason e Freddy é ridícula. As cenas de mortes, que se tornou o principal em seus filmes, são fracas. Imaginem a história então, que, obviamente, está em segundo plano.
Entretanto o meu “herói” sempre foi Michel Myers. Sempre achei o máximo aquela máscara branca e simples, ainda que a do Jason também fosse simples, a do Michel me fazia tremer. E como ele era fodão, mas com um objetivo: matar a sua irmãzinha. E quem entrasse no seu caminho para impedir isso.
Na época de “Pânico”, “O chamado” e cia lmtda, eu costumava dizer que os clássicos (Sexta-feira 13 e Halloween) ainda me faziam sentir medo, ou pelo menos um pouco. Mas depois da decepção com Jason, fiquei frustrada.
Minha última esperança era Michel Myers. Já tinha assistido Halloween 20 e gostei. Faltava ver "Haloween-a Ressureição".
Para mim, foi nota 8.
E foi mais do que esperava. Sinceramente, não gostei que Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) fosse morta logo no início, pois este fato liberou Myers de seu objetivo e abriu a porta para ele matar desenfreadamente nas próximas seqüências – que haverá com certeza.
Como não podia deixar de ser, houve cenas toscas, como a do Michel quebrando a porta do quarto em que Laurie estava internada. E mesmo a cena da morte da irmãzinha, foi tosca.
Ainda assim, digo que foi bom por que fazia tempo que eu não ia para a cama com a sensação de ter alguém me espreitando em algum lugar da casa. Esse friozinho na barriga, que há tempos filme algum me provocava.
Foto 1: Posty Your Fear
Foto 2: Yahoo Movies
Posted by Karina Tiemi at 10:38 AM 8 comments
Labels: Cinema
Friday, October 27, 2006
Sobre a 30ª Mostra Internacional de Cinema...
103 minutos
color, 35mm "Uma jovem e pobre orfã faz uma promessa para se tornar bela e poderosa. Em troca, perderia todo homem que amasse. Anos depois, ela é uma deslumbrante princesa, arrependida da promessa que fez. Está rodeada de três homens apaixonados: um general, seu escravo e um duque. Aparentemente, a princesa está fadada a um destino solitário. Mas quando um outro escravo, disfarçado de general, salva sua vida, um sentimento forte e novo começa a nascer em seu coração. Com o despertar da paixão, ela prova com amargura o que o destino lhe reserva. Poderá o verdadeiro amor superar a mais temível das promessas?" (Texto retirado do site da 30ª Mostra: http://www2.uol.com.br/mostra/30/p_home.shtml)
Um ótimo elenco, em especial o ator Nicholas Tse. Mas sou suspeita de falar, por que o adoro. Entretanto, nesse filme, até meu amigo Emerson reconheceu que Tse mandou muito bem. Foi o primeiro filme dele que o vi como vilão!



Fotos: http://movies.yahoo.com/movie/1808756416/photo/stills
Últimas sessões na Mostra:
Espaço Unibanco de Cinema 3
30/10
segunda-feira15:00
Reserva Cultural Sala 2
Posted by Karina Tiemi at 10:57 AM 4 comments
Labels: Cinema
Thursday, October 26, 2006
Songfic
Song = Música
Fic = abreviação Fiction --> Ficção
Songfic = *Ficção de música, história de música, história musical, ou se preferirem: conto com trilha sonora.
(*Minha definição)
E agora, uma songfic escrita por mim...
Leoni - 50 Receitas Frejat/leoni
"Eu respiro tentando encher os pulmões de vida
Mas ainda é difícil deixar qualquer luz entrar
Ainda sinto por dentro toda a dor dessa ferida
Mas o pior é pensar que isso um dia vai cicatrizar"
Deitado em sua cama, Marco olhava para o teto, remoendo em suas mentes cada momento que passou com Viviane. Ainda se perguntando por que tudo tinha terminado. Embora tivesse a certeza de que era definitivo, continuava a desejar o momento em que ela percebesse o erro e voltasse atrás.
"Eu queria manter cada corte em carne viva
A minha dor em eterna exposição
E sair nos jornais e na televisãoSó pra te enlouquecer
Até você me pedir perdão"
Há quase uma semana que essa cena se repetia. Não ia mais ás aulas, mal comia, passava a maior do tempo trancado em seu quarto, ouvindo músicas tristes, revezando entre o choro e o sono, como uma criança emburrada. Por que inspirar pena é mais fácil que encarar a situação e tentar reverter o jogo.
"Eu já ouvi 50 receitas pra te esquecer
Que só me lembram que nada vai resolver
Porque tudo, tudo me traz você
E eu já não tenho pra onde correr"
É nessas horas que todos os seus amigos aparecem para dizer a fórmula do esquecimento.
- Saia e vai beijar umas garotas! - disse um. - Esqueça, ela não te merecia! - dizia outro.- Vocês não ficaram tanto tempo junto, logo você esquece!- Vai passar...O tempo cura tudo.- Outra vai aparecer!
Será?
Na escola, a professora substituta se chama Viviane. No shopping, a atendente se chama Viviane. Escuta coversa de desconhecidos por acaso, estão falando de uma Viviane. Ao seu lado, passa uma garota da mesma cor dos cabelos dela. O mesmo perfume, o mesmo modo de andar. Então as lembranças voltam, com força. Você se lembra dela olhando-o com pena, lágrima em seus olhos, mas um olhar decidido.
Não havia alternativa.
Era o fim.
"O que me dá raiva não é o que você fez de errado
Nem seus muitos defeitos
Nem você ter me deixado
Nem seu jeito fútil de falar da vida alheia
Nem o que eu não vivi aprisionado em sua teia"
"O que me dá raiva são as flores e os dias de Sol
São os seus beijos e o que eu tinha sonhado pra nós
São seus olhos e mãos e seu abraços protetor
É o que vai me faltar
O que fazer do meu amor?"
E não consegue sentir raiva dela. A defende diante de comentários maldosos. Não era para ter dado certa, a culpa não é de ninguém. Mas Marco não sabe o que fazer com todos aqueles planos que tinha preparado. Idéias que não se materializarão, frases que se tornaram apenas pensamentos. Tem que agarrar seu coração e escondê-lo entre as palmas das mãos para inibir todos seus sentimentos.
E isso dói.
Por que não há outra alternativa.
É obrigado a guardar todo seu carinho. Por mais que queira, por mais que tente, ele não tem a chave de suas algemas. Está com ela.
"Eu já ouvi 50 receitas pra te esquecer
Que só me lembram que nada vai resolver
Porque tudo, tudo me traz você
E eu já não tenho pra onde correr (2x)"
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Foto: Encontrei no blog http://www.deiaklunck.weblogger.terra.com.br/ , não sei quem é o autor, mas dou-lhe os devidos créditos! (O.o)
Música: Frejat e Leoni
Texto: Eu!! Karina Tiemi.
Posted by Karina Tiemi at 10:19 AM 1 comments
Labels: Meus contos
Monday, October 23, 2006
Até os bueiros são bonitos no Japão!
Só japonês mesmo para inventar essa moda!
Os bueiros são decorados com belas imagens!
Peguei essas imagens no site da Uol
www.uol.com.br
Mas não sei de quem são! Prometo que da próxima vez serei mais ética e darei os devidos créditos! (Depois de pegar milhares de foto no google, será que alguém acredita?? rs)
Posted by Karina Tiemi at 8:28 PM 1 comments
Labels: Japão
Mudanças!
Estou decidida a mudar algumas coisas em mim. Não sei se influenciará muito este blog, mas acredito que sim por que, por mais neutraldiade científica que Durkhein me peça, impossível não influenciar.
Já é provado, não sei se cientificamente mas acho que sim, que não há imparcialidade, por mais ético que a pessoa tente ser, não há como se separar dos seus valores adquiridos desde a infância para ser imparcial. Nossos sentimentos não são como um casaco, que a gente pode tirar e pendurar em qualquer lugar e tornar a vesti-lo depois. Eu escrevo sim influencidade pelos meus sentimentos.
Muitas vezes escrevi textos tristes e, mesmo que eu não tivesse nenhum problema quando o escrevi, era aquilo que eu estava sentindo por algum motivo.
Ainda não sei exatamente qual será essa mudança. Ou mudanças.
É bem verdade que ela já começou. Estou mais sincera comigo mesma, que é o primeiro passo.
E, ainda que lentamente, estou planejando meu futuro, tenho projetos pós faculdade e esses dias encontrei um amigo meu que me deu algumas idéias, que não serão nada dificeis de serem postas em práticas...Pelo menos as tentativas.
Aliás, sei bem qual será uma das primeiras. Vou mudar totalmente minha aparência, vou fazer tudo aquilo que sempre tive vontade mas que não podia fazer por que, até então, não tinha recursos para isso. Minha mãe, não concordando com o que eu quero fazer, não me financiava!
Agora que eu posso, farei.
Este texto está tosco, sem estrutura, sem encadeamento de idéias. Vou passar a me policiar mais nesse quesito, mas este será uma (de várias, com certeza!) exceção!
Então...Aguardem as mudanças!
Posted by Karina Tiemi at 12:47 PM 3 comments
Labels: Pensamentos...
O buraco cósmico se abriu. E já fechou.
De acordo com o que estava circulando pela internet, ontem era um dia místico. Houve um disparo cósmico que ampliou nossos pensamentos e emoções em 1 milhão de vezes. Como consequência, a possibilidade de nossos desejos serem realizados também aumentara.
Boato ou não.
Lenda ou mito.
Esperança ou não.
Fiz meus pedidos.
Um deles se realizou ontem. Pedi para que a prova fosse fácil, que ocorresse algum milagre. Era um pedido simples, mas que se concretizou. O professor, o qual no início do semestre garantiu firmemente que a prova seria individual e sem consulta, ontem, ele deixou que fizessemos em dupla. (Suspiro de alívio)
Meus outros pedidos são mais difíceis de serem realizados, mas quem sabe se juntando á força das estrelas, no evento do Tanabata Matsuri, no qual eu fiz o mesmo pedido, eles se tornem realidade?
Infelizmente, o "buraco cósmico" durou apenas das 10 horas de ontem até a 1h17 de hoje...Mas isso não significa que você não pode mais fazer seus pedidos. Faça sim. Pense com força, pensamento positivo. Pode ser que não seja realizado, mas mal com certeza não te fará. Afinal, sonhar não custa nada.
E eu sempre sonho. Por que vocês devem estar cansados de saber que os sonhos sempre foram a minha fuga!
Posted by Karina Tiemi at 12:40 PM 1 comments
Labels: Cotidiano
O Gabinete do Doutor Caligari
Um dos principais filmes de referencia ao expressionismo alemão, "O Gabinete do Dr. Caligari", 1919, é um filme clássico do cinema-mudo.
Privilegiando os efeitos de luz e sombra, o filme eh realizado sob a ótica de um louco, o que permitiu as distorções e deformações de casas, ruas e pessoas.
“As figuras centrais são o hipnotizador Caligari, que se apresenta num parque de diversões com seu médium Cesare, um sonâmbulo que mata várias pessoas sob hipnose e às ordens de seu mestre. O estudante Francis reconhece Cesare, quando ele arrasta sua amada, Jane”.
Francis acaba desmascarando a vida dupla do Dr. Caligari, pois além do seu show como hipnotizador, ele é diretor de um hospital psiquiátrico. Caligari tem um ataque e é levado pela polícia."
(Fonte: http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,450263,00.html)
Particularmente, eu só percebi o quanto esse filme é excelente no final, quando tudo se explica e você percebe que se trata da mente de um louco, mas não se pode dizer que antes disso o filme seja chato ou monótono. Pelo contrario, a decoração do cenário torna as cenas agradável e prende bastante a atenção do espectador.
Fora o, já renomado e praticamente santificado, ponto de referencia ao cinema-mudo, Charles Chaplin, eu julgava que filmes sem falas não fosse algo tão empolgante e que a formula só tinha sido bem aceita através da genialidade de Chaplin. Enganei-me redondamente.
Ao fim do filme é interessante refletir sobre as cenas, sobre a fotografia e sobre o jogo de luz que deram vida à fantasia de uma mente perturbada. É um ótimo filme.
Posted by Karina Tiemi at 12:26 PM 1 comments
Labels: Cinema
Solteiros em Sampa...
Estava folheando uma revista veja e encontrei um ranking das cidades mais acolhedoras para quem mora sozinho. A pesquisa, realizada em agosto do ano passado, usou os seguintes critérios de avaliação:
A cidade precisa:
- Ser bem servida de bares, restaurantes e casas noturnas;
- Teatros e cinemas;
- Porcentagem de solteiros entre 20 a 40 anos
- Índice de empregos formais e o salário médio da cidade em relação a quanto custa levar uma vida de solteiro por lá.
- Gente animada, bem informada e ligada em cultura.
- Proporção de músicos profissionais
- População com maior índice de escolaridade
- Porcentagem dos solteiros que lêem livro por interesse absolutamente pessoal ou que tocam alguns instrumentos.
Confesso que alguns critérios eu não entendi o motivo de estarem na lista, mas o resultado não podia ser diferente: São Paulo!
Sendo uma das metrópoles que mais recebem imigrantes, não seria difícil ter o maior índice de gente interessante, afinal, São Paulo tem ótimos representantes de diversas regiões do Brasil.
Alem disso, sendo a cidade conhecida por não dormir, também não era segredo nenhum a quantidade de bares e casas noturnas. Nenhuma cidade supera as noitadas de São Paulo.
Agora, eu pergunto. Moro numa cidade que abriga bem os solteiros. Então...Moro em São Paulo por que sou solteira ou sou solteira por que moro em São Paulo??
Sou solteira por que moro em São Paulo?
Começo a duvidar se esse titulo de “cidade que abriga bem os solteiros” seja algo a ser comemorado...rsrsrs!
Posted by Karina Tiemi at 12:18 PM 6 comments
Labels: Pensamentos...
Fui enganada por DOIS meses e três dias!!
Ontem, o meu mundo caiu.
Eu ainda não consigo acreditar no que me falaram. Estou abismada,saturada, estupefata até agora. Enquanto ele me contava a cruel verdade e de maneira muito fria, meus olhos -pequenos e puxados - arregalaram-se pouco a pouco até quase chegarem aos tamanhos de duas pires de xícara. E eu somente conseguia dizer:
- É...É...É verdade!!! Meuuuu! Ahhh meuuu!! É!! Meuuuu...Ahhh meuuu! É verdade!!
Não conseguia exprimir a minha indignaçãoo com outras palavras porque estava paralisada com a surpresa. Por mais que tentasse, a revolta dentro de mim não permitia. E a reaçãoo daqueles que me abriram os olhos para mundo não poderia ser outra: riram descaradamente.
Riram até ficarem vermelhos. Não conseguiam dizer outra coisa além de risadas e risadas. E eu tive que rir junto.
Afinal, não é todo dia que se descobre que você teve aula por 2 meses e 3 dias de uma matéria achando que era outra.
Ainda estou indignada. Temos aula de Pauta, Redação e Reportagem II, mas estamos vendo rádio...TUDO de rádio. Por mais que a matéria seja voltada para rádio, nada incluí SONORA e falar no MICROFONE. Afinal, a matéria se chama PAUTA, REDAÇÃO E REPORTAGEM.
Pressupõe-se que você, antes de falar, vai escrever. E muito. E sonora e pagação de mico no microfone deveria ser para a tal matéria chamada RÁDIO.
E tenho dito!! Unf...
Posted by Karina Tiemi at 12:15 PM 3 comments
Labels: Pensamentos...
Eu gosto de...
Eu gosto de andar de ônibus.
Gosto por que nele encontramos o tempo que o capitalismo nos dá, justamente por nos tirar o tempo.
Explico.
O capitalismo visa o lucro. Tempo se tornou sinônimo de dinheiro. Tempo é dinheiro. Visa produzir mais dinheiro em menos tempo. O ônibus visa levar mais pessoas ao mesmo tempo, economizando gastos particulares com outros veículos.
Como resultado do capitalismo, temos o trânsito descontrolado de São Paulo. A quantidade de carros em São Paulo é o resultado das fabricas produzirem mais para venderem mais em menos tempo... Inúmeras pessoas em inúmeros carros dirigindo-se o mais rápido possível para o trabalho.
Não podemos perder tempo no capitalismo, mas o trânsito, fruto desse sistema de produção nos proporciona (ou nos obriga a ter) tempo para pensarmos em nossas vidas enquanto estamos dentro de um ônibus parado em alguma avenida.
E isso também não acontece nos carros? Acontece. Mas se você for o motorista, não pode se dar ao luxo de ser tão desatento.
No ônibus eu sento no fundo, encosto minha cabeça na janela, fecho os olhos e viajo. Viajo pra o Japão, viajo para qualquer parte do mundo. Viajo nas historias fantásticas que minha mente produz.
Claro, é mais fácil encontrarmos um ônibus lotado, mas ainda assim possuímos tempos para pensarmos, refletirmos. Pode ser desconfortável viajar em pé, mas nossas mentes podem desviar a nossa atenção desse desconforto.
Voltando aos MEUS motivos para gostar de andar de ônibus...
Gosto de sentar no fundo e viajar na minha mente, mas também gosto de olhar a paisagem. Gosto de olhar os prédios, gosto de olhar as lojas, as árvores, as pessoas...Ainda que seja uma vista embaçada com o cinza da poluição, ainda assim é mais alegre que o preto do metrô, do que as paredes escuras que é a única imagem que vemos pelas janelas desse meio de transporte...
Também gosto de viajar em ônibus por que sempre encontro conhecidos. Isso acontece em metrô também, alguém pode dizer. Sim, é claro que sim. Entretanto, o tempo que você pode dispor para conversar com alguém entre um ponto e outro é maior que o de uma estação a outra. E novamente, devido ao trânsito criado pelo capitalismo que diz que não podemos perder tempo. Contraditório, não? Mas se torna uma vantagem dos ônibus!
Ao menos para mim.
Da janela do ônibus há sempre a pequena chance – de o impossível rolar?? Não, deixem os titãs de fora desse texto – de vermos alguma cena inusitada. Podemos rir com a cena, se for engraçada. Podemos nos indignar, se for revoltante, como uma vez em que um operário jogou barro na janela do ônibus. E depois deve ter a cara de pau de reclamar da condição precária do transporte coletivo...
Podemos, simplesmente, da janela de um ônibus ter uma visão que vai alegrar o resto do nosso dia...Pode ser o preço que baixou daquele vestido que estamos namorando há tempos, pode ser uma criança fofa, pode ser uma flor única em um gramado...Ou pode ser simplesmente uma pessoa, parada em um ponto, esperando por um outro ônibus...
Ahhh...Eu gosto muito de andar de ônibus!!
Posted by Karina Tiemi at 12:05 PM 3 comments
Labels: Pensamentos...
Um minuto para gritar!
E se eu fracassar?
Quando eu achei que estava começando a dar certo no curso de jornalismo, acontece de novo. Nunca fiz uma apresentação tão ruim quanto à de hoje. Odeio falar em publico, simplesmente odeio. Ainda mais para um professor que me intimida mais que o diabo e que me traz traumas do colégio. Ele já me fez chorar no ônibus, faltou pouco para chorar em sala.
Não dá!
Eu não levo jeito!
Sou tímida -mor!
Não vou conseguir superar isso!
Terei que seguir fotojornalismo se quiser continuar na área, ou simplesmente desistir. Largar tudo. E ir trabalhar como dekasségui no Japão.
Quando paro para perguntar por que eu preciso passar por tudo isso, a resposta não me agrada. De que me adiantará o diploma, de que me adiantará ter um bom emprego, ser bem sucedida, ser rica?? De que vai me adiantar toda essa humilhação que senti hoje?
Nada. N-A-D-A.
E simplesmente por um único motivo: Por que vou morrer!
E nada me consola. Não adianta pensar em céu, anjos e o cacete á quatro. Por mais que eu acredite nessa teria de uma vida após a morte, a minha pergunta inicial continua a mesma!! Por que raios eu quero um diploma, ser bem sucedida se isso não vai abrir as portas do além para mim?
Qual a diferença em ser jornalista ou viver a minha vida como operária no Japão? Além do status social, não vejo outra diferença.
Por que não viver tranqüilamente, viver de bicos só para não morrer de fome, viver até morrer?
Por que essa busca em fazer aquilo que acha que gosta como profissão?
E se eu fracassar? Qual o problema? Diga-me qual é o maldito problema?
E o pior de tudo é que a pessoa que faz a maior pressão sobre mim mesma sou eu!
Tenho todas essas perguntas acima na minha cabeça, mas não consigo relaxar. Não consigo não me preocupar com o meu futuro.
“Faça com que o futuro e o passado fiquem no seu devido lugar.Nem o futuro e nem o seu passado podem contaminar o bem mais precioso que você tem que é o momento presente. Cure o seu medo do desconhecido, afinal você está sempre pronto para o que der e vier! Viva um dia de cada vez e reconquiste a paz, a alegria e a serenidade!”
Recebi essa mensagem no Orkut. Primeira vez que uma mensagem me atinge. Mas não consigo seguir isso por muito tempo.
Queria muito um abraço.
* * * * *
Bem, o minuto acabou.
Posted by Karina Tiemi at 11:40 AM 2 comments
Labels: Pensamentos...
Bonequinha que eu fiz no site http://www.madamemalkins.com.br/dollmaker/pt/index.php
=D!
Mais bonita que a outra que eu tinha encontrado...Jah que eu naum encontro doll japa, fiz uma meio parecida comigo...O que vcs acharam? rsrsrs
Kissu mina-chan!
Posted by Karina Tiemi at 11:32 AM 4 comments
Labels: Cotidiano
E por falar em sonhos...
Um dia sonhei em ser "autora".
Na ingenuidade infantil, com esse termo eu dizia que gostaria de escrever livros.
Com o passar dos anos e aprendendo mais termos para meu vocabulário, aprendi a palavra "Jornalista".
Então, sonhei em ser jornalista.
Quero ser jornalista, decidi. Era minha resposta na ponta da língua sempre que a pergunta "O que você quer ser quando crescer?" ou, mais para frente, "O que você vai prestar no vestibular?"
Em 2004, entretanto, prestei História na FUVEST. Aliás, único vestibular da minha vida.
Sonhei em trabalhar em museus ou em recuperação de documentos históricos, que eu esqueci no momento o nome dessa profissão.
Não passei.
Sonhei, então, em conseguir um trabalho, mas foi adiado por que consegui uma bolsa para uma universidade particular, do contrário não sei o que seria da minha vida. Não teria dinheiro para outro ano de cursinho.
Não adianta pensar no que poderia ter sido.
Pensar no "Se...", só ser for a música do Djavan.
E não é que eu comecei a cursar jornalismo?
Meu sonho de escrever um livro continua firme e forte, ainda que o tempo esteja cada vez mais escasso...Estou no quarto semestre do curso, muitas vezes, se não em todos os momentos, duvidei se realmente é essa carreira que eu quero. E muitas vezes percebi que o que eu quero mesmo é escrever um livro!
Devo reconhecer que, dúvidas á parte, estou começando a escalar a escada do jornalismo. Escrevo matérias para o site da faculdade, estou estagiando na asssessoria de comunicação e vou consideravelmente bem até agora nas notas. Acho que, minimamente, levo jeito para a coisa, mas é fato que eu preciso trabalhar outros setores como a TIMIDEZ se eu quero realmente seguir na profissão.
Ás vezes sonhei em ser atriz, cantora, viajar para o Japão e fazer sucesso por lá. Voltar para o Brasil apenas para firmar que me tornei uma pessoa bem sucedida e reconquistar amizades antigas e desilusões amorosas.
Já sonhei em ser empresária. Sonhei que morava na Inglaterra, apesar de nunca ter entendido o título do filme "Tudo o que uma garota quer", história de uma jovem que vai morar em Londres.
Sonhei, sonhei muito. Sonho, sonho bastente. E seguirei sonhando por que, afinal, já dizia a letra do Bíquini Cavadão que eu costumo ter sempre em mente: "Os sonhos sempre foram a minha fuga"
Posted by Karina Tiemi at 11:29 AM 4 comments
Labels: Pensamentos...
É tempo de Sakura...
A guerra terminou. É hora dos combatentes regressarem para suas casas.
É tempo de sakura, época em que as pessoas chegam e partem de nossas vidas. E não importa o conteúdo daquela carta, com o carimbo do governo, ela deve ir até o porto. Ignorou aquela carta amarelada, esquecida no fundo de uma gaveta, mas, embora longe da sua visão, constantemente presente em sua mente.
Mariko vestiu o seu kimono mais bonito, branco, um pouco amarelado devido ao tempo, com desenhos de pétalas de rosa - o preferido de Kenichi - e um laço vermelho adornando a sua cintura. Seus longos cabelos, já grisalhos, ela os amarrou em um coque tradicional. E saiu.
Na rua, ignorava os olhares das outras pessoas. Não escutava os motores dos carros e não enxergava o sinal vermelho. Estava alheia ás pessoas a sua volta, apressadas, falando em seus celulares; aos estudantes rindo; crianças tomando sorvete; pessoas andando de bicleta; as máquinas de café, cigarro e outras coisas.
O caminho era longo até o porto. Andava, andava, andava. Nunca chegava.
Lentamente começava a perceber as manchas gigantescas ao seu redor, que tomavam forma de prédios e arranhas-céu. As casas próximas á praia haviam cedido lugar á modernização.
Começou com uma pequena batida entre os seios e se transformou em um sentimento de ausência, de perda. A cada passo que ela dava, a dor aumentava e a saudade era iminente. Logo estava desesperada.
Kenichi. Kenichi.
"Voltarei no porto de (...). Estará ao meu encontro?
- Estarei.
- Promete?
- Prometo!"
"Yamani-san, não quero descrever-lhe as cenas do meu dia-a-dia. Não quero manchar sua mente com cenas tão brutais. Ao invés disso, peço-te que me espere mais um pouco. Em abril, na época das sakuras, estarei retornando para casa. A guerra, enfim, está terminando...Fico imaginando como estará perto de nossa provincia? Provavelmente, as flores estão desabrochando. Lembra-se de quando, ainda meninos, costumavamos brincar no campo, enquanto as mulheres da vila colhiam as sakuras para o festival da primavera?"
Enfim, encontrou o cais. Havia um navio desembarcando mercadorias e outro, em que pessoas estavam retornando de suas viagens e reencontravam seus parentes. Ela se aproximou do navio e ficou parada, olhando com ansiedade pela saída de uma pessoa.
O Sol se pôs no horizonte. Quase todos foram embora, restava apenas Mariko, alguns marinheiros e uns poucos pescadores. Ela continuava a fitar o navio.
Um pouco distante, comentavam:
- É a Yamani-san?
- Hai, ela mesma!
- Todos os anos é a mesma coisa. Nunca falha.
- Nunca falha. E sempre nessa mesma época.
- Sim, é época de sakura. Provavelmente está esperando alguém que já partiu...
- Sim, é muito triste.
- Muito. Você conhece essa história?
- Hai. Tudo começou quando ela ainda tinha catorze anos...
* * * * * *
Posted by Karina Tiemi at 11:09 AM 2 comments
Labels: Meus contos
Saudade de quem me faz bem...
- Brrr...Está gelada.
Aproximo-me da beirada e vejo minha imagem refletida. Não por muito tempo. Aos poucos, a imagem vai se tornando embaçada e a água se mistura como em um redemoinho, formando novas imagens.
As imagens da minha mente.
Lembro-me, então, de como era gostoso esperar chegar o domingo só para me entregar aos seus braços, sentir o calor do seu corpo e a sensação de estar protegida. Ainda agora posso ouvir você dizer: "Tava com saudades...Saudades de quem me faz bem!".
E vejo você sorrir para mim. Com um graveto, pertubo novamente o lago e as imagens se transformam. Agora estamos na sua formatura. Depois de cinco anos de dedicação, tornou-se advogado.
Estava lindo. Alegre, empolgado, feliz. Durante a valsa, você me disse:- Você me faz muito, muito bem!Rimos, bebemos e dançamos a noite inteira. Uma noite perfeita.
Jogo uma pedra no lago. Olho ela quicar na água até finalmente afundar. E me vem a lembrança de quando nos despedimos.E hoje, cinco anos depois, eu finalmente percebo o sentido das palavras "Saudade de quem me faz bem".
Posted by Karina Tiemi at 11:04 AM 4 comments
Labels: Meus contos
Quando a morte passa ao lado...
Você já sentiu medo de morrer?
A vida e a morte estão banalizadas, isso é um fato concreto, visto como seres humanos estão tratando seus iguais: matando sem a menor hesitação, como se o outro fosse apenas uma formiga, a qual é morta pelo dedo de uma criança sem que esta compreenda a vida que acabara de destruir.
Hoje, muitas pessoas não tem medo de matar. Outras tantas também não tem medo de morrer. Muitas pessoas que vivem em situação de perigo intenso e constante ou áquelas que assistem de forma passiva á morte de outras pessoas, essas tem duas opções: temer totalmente a morte ou resignar-se.
Uma pessoa resignada com a vida, que não teme a morte, é muito perigosa.
Mas...O sentimento de que vai morrer em breve...Esse sentimento, você já teve?
A certeza de que não chegará ao fim da estrada daquela viagem, a certeza de que o carro irá derrapar no meio da pista ou que um outro carro em alta velocidade irá bater no seu...Então todas as suas preocupações desaparecem, sua cabeça começa a formigar, suas mãos gelam...Os pensamentos que tomam conta da sua mente não lhe trazem uma lágrima aos olhos.
Por mais que você pense naqueles que irá deixar, naquilo que não conseguirá realizar, nos pedidos de desculpas que precisa dizer, nos beijos que queria dar, o abraço em um amigo distante que jamais poderá ser dado, a saudade daqueles que estão longe...Nada.
Nada disso te deixa triste. Nada.Somente um grande vazio dentro de você.
Mentira.
Ninguém consegue sentir-se vazio totalmente.
Na verdade, toma conta de você uma certa ansiedade.Por que o carro não bate logo?
A qualquer momento ele vai bater.
Daqui a pouco.
Daqui a cinco minutos.
Quatro. Três. Dois. Um.
...Agora!
Ele não bate.
Ele continua seguindo o seu percursso, alcançando o seu destino e você...Mas que surpresa! Sente-se totalmente frustrado! Pensou que iria descansar, mas não foi desta vez. Ainda não. Um dia sim, mas não agora.E aquele sentimento, aquela certeza? O que significou tudo isso? Por que esses sentimentos de repente? Por que essa tontura, esse formigamento na nuca? Por que suas mãos estão geladas?
Por que a morte passou ao seu lado.
* * * * *
Eu tenho em mente uma outra versão para este texto, mas ainda preciso colocar no papel [bloco de notas].
Posted by Karina Tiemi at 10:26 AM 4 comments
Labels: Meus contos
Um lugar...
Não quero um lugar perfeito, onde responsabilidades, preocupações e sofrimentos não existam. Isso é uma utopia.
E de sonhos, minha mente está saturada.
Quero um lugar que seja só meu.
Um lugar que ninguém saiba onde é. Por consequência, um lugar que ninguém me encontre!Celuar, computadores e campainha, principalmente esta última, serão proibidos.
Um lugar em que o silêncio reine para que eu possa gritar.
Um lugar tranquilo, para chorar.
Um lugar sem graça, para rir loucamente.
Um lugar aconchegante, para pensar.
Um lugar para domir.
Um lugar para fugir.
Não precisa ter luxo, basta ser um simples quarto, uma cama, livros e músicas.
Ou, quem sabe, um lugar sem paredes, como a casinha da música "Era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada..".
Um lugar perdido da sociedade.
Um lugar da natureza esquecido pela evolução tecnológica.
Um lago, um bosque, um jardim de uma casa abandonada.
Um lugar para fazer o que eu quiser, como quiser e quando quiser.
Não seria um lugar para passar messes, dias, apenas horas, talvez até minutos...Seja o tempo que fosse, seria o ideal para recuperar a energia e então encarar a realidade novamente.
...Só quero um cantinho para ficar em paz...
Posted by Karina Tiemi at 6:24 AM 3 comments
Labels: Pensamentos...
Beautiful Life
Beautiful Life é a primeira novela japonesa, ou j-drama, ou doroma, que eu assisti. É linda. A história é sobre um casal, ele é cabelereiro e ela tem uma grave doença que a deixou paralítica. É tão bonitinho! É tão diferente da novela brasileira!
Filmado em 2000, me faz supor que os costumes não tenham mudado tanto em 6 anos. É claro, devem ter mudado, mas acho que em boa parte daquele país, ainda devem manter muitos costumes que vi, tais como: em hipótese alguma, por mais pressa que esteja, não se entra em casa com os sapatos/tênis que se usam na rua. Acho isso legal. É bem higiênico rs. Outro costume: Lamen. Nossa, acho que eles só comeram isso na novela inteira rs. Um hábito ruim eh que parece que os japoneses fumam e MUITO, mas MUITO mesmo. Enfim...
Voltando ao casal principal, é tão bonitinho a forma como o amor deles vai se revelando, se manifestando pouco a pouco, muito antes do primeiro beijo...E é tão bonito o primeiro, os dois sentados em frente ao banheiro, tentando ser uma cena natural, mas ao mesmo tempo a gente sente que não, pois se trata de uma garota inválida e, preconceitos ou não á parte, é um recurso do autor para despertar a sensibilidade de quem assiste. Já estamos mais propícios a nos emocionar devido a história da personagem principal.
Vale muito a pena ver. É, de certa forma uma lição de vida...
Afinal, quem nunca pensou:
"Por que viver? Se temos a certeza de que vamos morrer?
Por que trabalhar, manter relações, criar uma família? Se no fim, com o passar dos anos, somos esquecidos?
Por que tantas responsabilidades e tantos sofrimentos?
Por que esperar pela morte?
Por que se apegar tanto á essa realidade?"
Ao fim dessa novela, a única pergunta em mim era "E por que não?".
* * * * *
[Marcas das minhas atitudes estão cravadas em minha mente. Não consigo esquecê-las.]
Posted by Karina Tiemi at 6:21 AM 8 comments
Labels: Doramas
Um dia cinzento
Quando o dia amanhece assim, cinzento, gosto de sentar ao pé da janela, enrolada em um edredon azul, tomando chá. Passo horas observando o céu, as pessoas correndo para escaparem das chuvas e também por que a pressa faz parte da vida dos paulistanos, observando também a fumaça que embaça o vidro.
Quando o dia começa frio, não consigo me livrar desse sentimento ruim dentro de mim. As cores parecem estar apagadas ou gastas pelo tempo, sem os raios do Sol.
Tudo é tão mais triste nesses dias. Tão mais solitário.Meu coração, para escapar do frio que toma conta do meu corpo, se aquece através das lágrimas que escapam de mim. Ele bate mais forte, mais quente, se agita. Por que o choro é uma forma de aquecer o coração, de movimentá-lo.
Reparem, quanto mais choramos, mais forte ele bate. Mais sangue circula dentro de nós. Mais rápido nos aquecemos.Sinto falta dos amigos, ao mesmo tempo que nada me fará sair de casa, está muito frio.É uma estação triste. Sim, o inverno tem suas vantagens. Principalmente para os apaixonados correspondidos.
Entretanto, ainda que possuísse alguém para me abraçar, isso apenas esquentaria meu corpo, talvez até minha alma, mas nada espantaria a sensação de sermos dois ilhados do restante do mundo...
Posted by Karina Tiemi at 6:18 AM 6 comments
Labels: Meus contos
A dúvida
Leonardo encarava aquele ser que tanto medo lhe proporcionava. Por outro lado, em determinados momentos, trouxera-lhe igualmente alegrias.
Como é que ele, um rapaz de 23 anos, poderia ter tanto medo de um simples aparelho telefônico?
Três, dois, dois, zero. Sete, quatro, quatro, sete.
Mais uma vez ele discava esses números. E mais uma vez desligava em seguida, sem nem ao menos ouvir o primeiro toque.
"Oi??"Não.
"E ae, como vai?"
Não, assim não.
"Oi, tudo bem?"
Clássico demais.
"Márcia?? Beleza??"
Acho que tá grosseiro demais...Argh. Chega. Liga logo e pronto.
Ele se aproxima novamente do telefone, já sentindo seu corpo reagir por antecipação á voz de Márcia, reagindo com uma leve tremedeira, um calor no meio do peito que insiste em agir como se fosse um elevador dentro dele. Sobe, desce.
Três, dois, dois, zero.
Respira fundo.
Sete, quatro, quatro.
Hesita.
Sete.
De repente ele percebe que seu coração está batendo mais forte.
Tuu...
O primeiro toque.
Desliga.
O que dizer? Como dizer? Por que estou tão nervoso? Não é a primeira vez que ligo para ela. Está certo, é a primeira vez depois que o namoro terminou, mas mesmo assim não é motivo para tanto nervosismo. Ou é? Puta merda, tá mais difícil do que quando eu a pedi em namoro...
O que será que ela vai pensar? Será que vai achar que eu tô querendo voltar ou fazendo pressão para isso? Mas não é. Não é. Eu só quero avisá-la de que já chegou na locadora dos meus velhos o filme que ela tanto queria ter visto e eu não a levei por que achei o título uma droga. É. Apenas isso. É somente isso e nada mais. Será?
Ah que se foda.
Três, dois, dois, zero. Sete, quatro, quatro, sete.
Tuuu...O primeiro toque.
Tuuuu...O segundo...
Tuuu...Alô?
É ela.
- Alô, Márcia? E aí, como vão as coisas?
- Ah...Léo? Tudo ótimo e você?
- Bem...Só queria avisar que chegou aquele filme que você queria.
- Ah, sério? Legal. Depois eu passo aí para pegar...E aí, como estão os seus pais?
- Tão ótimos, cê sabe que...Blá, blá, blá e mais blá.
* * * * *
O mais difícil é dar o primeiro passo. Não adianta tentar pensar no que vai acontecer. Faça o que tiver que fazer e veja os resultados acontecerem.
Posted by Karina Tiemi at 6:14 AM 8 comments
Labels: Meus contos
Sunday, October 22, 2006
Não leve a vida tão a sério!
-Viviane, sua filha me chamou de feia! - brinca Cynthia, com voz chorosa.
Maria, 4 anos, arregala os olhos e grita:
-Eu tava brincandoooooo!! É brincadeiraaa!!!"É brincadeira!".
Essa frase sempre nos ajudou a escapar de broncas. Era uma maneira de driblar uma dificuldade, uma situação embaraçosa.
Nesse fim de semana, ao ouvir a cena descrita acima, minha mente girou em 360 graus.
Passei por várias reflexões, até minha atenção voltar novamente para o quarto de um sítio em Juquitiba, aonde estava com minhas amigas e a pequena Maria.
Percebi o quão tentador é desejar voltar a infância.
Tudo é brincadeira, tudo é muito simples.Simples demais.
Imaginem como seria se pudéssemos evitar tantas coisas simplesmente dizendo ou ouvindo "é brincadeira"."É brincadeira que eu perdi o emprego";"É brincadeira que eu não posso pagar as contas";"É brincadeira que eu ganho pouco!";"É brincadeira que eu não vou tirar férias";"É brincadeira que eu não amo você";Imaginem, que delícia!
Como crianças, fugir das responsabilidades, fugir dos nossos medos, fugir de tudo o que nos deixa mal ou o que fazemos que deixa mal os outros. Libertar-nos de tudo o que nos aflige e preocupa e apenas curtir a vida.
Esses pensamentos vieram tão rápido em minha mente que me atingiram como um raio. Creio que até dei dois passos para trás, com a surpresa de estar pensando nessas coisas em meio á momentos de diversão.
Mas é assim mesmo. Divagamos quando menos esperamos e quando nos damos por si, estamos ali, com a maior cara de patso, olhando para o nada...
Entretanto tão ou mais rápido que esses pensamentos veio a minha resposta: não quero a infância. Não quero! A minha já passou e fui muito boa, obrigada!
Mas não era uma resposta assim, concreta, era algo abstrato dentro de mim, era quase um sentimento de repulsa ou ainda, por mais contraditório que possa ser, um sentimento de gratidão.
Não sei definir o que era ao certo, mas naquele momento eu me senti bem por estar na fase em que estou.Não sou criança, não sou adolescente, não sou adulta. Sou...Simplesmente...EU!Não quero ser criança ou adolescente ou adulta.
Eu quero ser as três ao mesmo tempo.
Criança para sorrir diante dos meus doces preferidos. Para sorrir quando ganho um presente. Para mostrar a língua quando quero provocar e sair correndo.
Adolescente para beijar, dançar, gritar, chorar vendo filmes românticos, falar palavrão, beber.
Adulta para ter forças e maturidade suficiente para encarar a vida com seriedade quando for preciso.
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[A vida é uma brincadeira da qual ninguém sai vivo!] - by...Vai saber!
[Viva o momento. Viva o SEU momento] - by...Vai saber!
O meu momento é: criança+ adolescente brincando de ser adulta!
Posted by Karina Tiemi at 6:22 PM 7 comments
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Felicidade é um bolo de chocolate!
Hum...
Muitas pessoas passam a vida inteira procurando a resposta de uma única pergunta: Como encontrar a felicidade? Ou talvez existam variações para essa pergunta, mas que no fim se resume simplesmente a tentar entender o que é a felicidade.
Sem entrar em questões religiosas ou de senso moral, a felicidade está em um bolo de chocolate, pra quem gosta de chocolate, ou em um bolo de baunilha, para quem prefere, ou de morango.
Não há nada mais simples do que ser feliz. A felicidade está em saborear aquele pedaço fofinho, úmido, com a cobertura cremosa, por um longo tempo e finalmente engolir e ter a sensação de que nada mais importa naquele momento.
Vejamos com mais detalhes.
Em um certo dia você acorda com o desejo incontrolável de comer chocolate. Não uma barra de chocolate, mas um bolo de chocolate. Você acorda e vai até a padaria, mas infelizmente não há nenhum bolo de chocolate. Então corre ao mercado mais próximo. Tão pouco encontra o bolo pronto, mas ali existem os ingredientes.
Compra-os.
De volta á sua casa, você começa a preparar o bolo. Mistura os ingredientes, segue a receita e por fim esperar o bolo assar. Em seguida o recheia á seu gosto e espera mais um pouco.
Ao fim da tarde finalmente poderá devorá-lo. Corta um pedaço. Com o garfo, o leva até a boca. Mastiga e aquele gosto doce espalha-se em sua boca e dentro de você, o sentimento de realização e, além disso, todas as suas preocupações desaparecem por um instante.
Nesse momento, você só sente o doce, o gostoso, e há até quem se arrepie. O prazer é intenso, porém dura apenas alguns segundos.Felicidade é instantânea, mas não rara. Felicidade existe por pouco tempo, mas diversas vezes ao dia, basta perceber ao seu redor.
Abra os olhos.
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...Entretanto, é muito mais fácil enxergar a tristeza.
Posted by Karina Tiemi at 6:20 PM 8 comments
Labels: Pensamentos...
Rascunho I
A rotina não é só algo enfadonho, mas, também, é perigosa.
Esse era o pensamento de Jacko Fung, mais conhecido por Jack, um rapaz alto com ombros largos, olhos puxados devido a sua origem oriental e cabelos negros presos em um curto rabo de cavalo.
Não há nada mais mortal do que a rotina, prosseguia ele, mentalmente.
Acordar no mesmo horário, comer no mesmo horário, sair de casa no mesmo horário ir para o trabalho no mesmo horário...Não há nada pior que isso. Além de alienar a mente e destruir a alma, há a possibilidade de se perder a vida. Se é que uma vida assim possa ser chamada de vida.
Tragou pela última vez e jogou o toco do cigarro na rua. Observou a brasa se apagar e em seguida voltou sua atenção para a casa do outro lado da rua.
Eram quase dez da noite. Nessa casa, Jack sabia muito bem, moravam cinco pessoas. E todas elas presas as suas rotinas desde sempre.
Eu não aguentei dois anos fazendo as mesmas coisas, quase enlouqueci. E essas pessoas se submetem a essa prisão por live e espontânea vontade.
Não.
Não por vontade própria, são obrigadas a isso, são obrigadas pela sociedade em que vivem, pelas leis desta sociedade. Entretanto, elas não parecem fazer questão de mudar isso. Estão acomodadas.
Será que elas realmente não percebem o quão deprimente é essa vida?
Será que Roberto, o pai de família perfeito com um bom emprego em uma empresa de médio porte, bom marido, honesto, será que ele tem prazer em viver assim? Não se cansa de todo dia, ao sair de casa, beijar a mesma mulher e, ao voltar, tomar o seu cálice de vinho na biblioteca, lendo Platão ou outro filósofo grego. Em seguida, desejar boa noite ao seu velho, no escritório deste e subir para a companhia da sua esposa que, até então, estava cuidando de sua estética com cremes, cremes e cremes, apenas para ficar perfumada e macia para seu marido? Então eles se amam. Amam mesmo? E finalmente dormem.
Enquanto isso, no quarto ao lado, a filha mais velha se prepara para sair escondida. Aos 16 anos, tudo é aventura para ela. Seus pais proibiram-na de namorar, mas isso realmente só tornou o jovem Carlos ainda mais desejável. Tsc. Olha ele chegando na moto do irmão mais velho que pegou, obviamente, escondido. E lá vão o jovem casal. Com muita sorte, essa menina não volta grávida hoje.
No quarto em frente ao de Marisa, fica o do seu irmão, que, ao invés de dormir, está com os olhos grudados na televisão, tentando terminar a todo custo aquele jogo da moda e ouvindo a música do momento no volume máximo do seu tocador de mp3.
Para terminar, o único que realmente me interessa: o velho. É o único acordado, está sozinho no seu escritório, remexendo em documentos velhos e perdido em seu passado obsceno. Não consegue imaginar que, dentro de poucos minutos, um assunto que ele julgou enterrado irá surgir á tona. Enquanto isso, ele devora devagar pedaços de queijos gordurosos, sujando as mãos e lambendo os dedos. Nem sequer sente remorso enquanto relembra de tudo que ele fez, de todas as vidas que destruiu. Ele simplesmente segue sua rotina, a qual me possibilitou saber exatamente quando e onde ele iria estar sozinho. Rotina é uma coisa perigosa, isso eu aprendi nesses dois anos que passei na cadeia.Bem, Jack meu querido, está na hora de agir.
Jack atravessou a rua e, sem cerimônia, pulou o cercado do jardim. Sorrateiramente, seguiu pela lateral da casa, até alcançar a porta da sala de estar. Com uma cópia da chave, abriu a porta e entrou.
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Eu não ia postar isso agora, mas tô sem texto e realmente fazia um tempo que eu não atualizava aqui!
Posted by Karina Tiemi at 6:16 PM 4 comments
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