Tuesday, October 31, 2006

Haloween - A ressureição

No dia das Bruxas, nada melhor do que filme de terror ou suspense.


Eu sempre gostei de filmes de terror e suspense, mas pra ser sincera eu dou muitas risadas enquanto assisto. Tem cada filme tosco. rs.
E com o passar dos anos só piorou. A tecnologia e os efeitos especiais ao invés de aperfeiçoar as cenas, tornou-as mais risíveis ainda, se é que isso é possível.
Confesso que nunca levei Freddy Kruger á sério, ele sempre foi um palhaço, mas Jason perdeu totalmente o meu respeito nos últimos filmes. Assisti várias “Sexta-feira 13”, desde o primeiro, até o Jason X Freddy. Lamentável. Pior ainda foi o Jason X, em que “bombaram” o Jason á ponto dele parecer um ciborg a lá Exterminador do Futuro misturado com Super Patos – alguém lembra desse desenho?
De uma história baseada em fatos reais, Jason se tornou uma máquina sádica de matar. Até aí, aceitável. Mas nos dois últimos filmes a matança foi desenfreada e sem um clima de realismo. A disputa entre Jason e Freddy é ridícula. As cenas de mortes, que se tornou o principal em seus filmes, são fracas. Imaginem a história então, que, obviamente, está em segundo plano.
Entretanto o meu “herói” sempre foi Michel Myers. Sempre achei o máximo aquela máscara branca e simples, ainda que a do Jason também fosse simples, a do Michel me fazia tremer. E como ele era fodão, mas com um objetivo: matar a sua irmãzinha. E quem entrasse no seu caminho para impedir isso.
Na época de “Pânico”, “O chamado” e cia lmtda, eu costumava dizer que os clássicos (Sexta-feira 13 e Halloween) ainda me faziam sentir medo, ou pelo menos um pouco. Mas depois da decepção com Jason, fiquei frustrada.
Minha última esperança era Michel Myers. Já tinha assistido Halloween 20 e gostei. Faltava ver "Haloween-a Ressureição".
Para mim, foi nota 8.
E foi mais do que esperava. Sinceramente, não gostei que Laurie Strode (Jamie Lee Curtis) fosse morta logo no início, pois este fato liberou Myers de seu objetivo e abriu a porta para ele matar desenfreadamente nas próximas seqüências – que haverá com certeza.
Como não podia deixar de ser, houve cenas toscas, como a do Michel quebrando a porta do quarto em que Laurie estava internada. E mesmo a cena da morte da irmãzinha, foi tosca.
Eu não esperava muito de um enredo que mais parecia estar na onda dos reality shows (pois é exatamente isso o roteiro. Grupo de universitários vão passar uma noite na casa onde o assassino passou sua infância e estão sendo televisionado), mas me surpreendi. As demais cenas de mortes que se seguiram foram boas e algumas mesmo deu até agonia.
Também acho que poderiam ter desenvolvido mais o fato da personagem Sarah receber ajuda através de mensagens on-lines. Essas cenas transmitiram um certo desespero nos telespectador e poderiam ter sido usadas por mais tempo.
Ainda assim, digo que foi bom por que fazia tempo que eu não ia para a cama com a sensação de ter alguém me espreitando em algum lugar da casa. Esse friozinho na barriga, que há tempos filme algum me provocava.
Ah, tá, pra não ser totalmente injusta com os filmes atuais, Jogos Mortais 1 e 2 é são ótimos. E Halloween também não é a oitava maravilha do mundo, mas em comparação com seus 'rivais', Jason e Freddy, ainda é assistível.



Foto 1: Posty Your Fear


Foto 2: Yahoo Movies

Friday, October 27, 2006

Sobre a 30ª Mostra Internacional de Cinema...

A PROMESSA - Diretor Chen Kaige
Roteiro: Chen Kaige, Zhang Tan
Fotografia: Peter Pau
Música: Klaus Badelt
Elenco: Hiroyuki Sanada, Jang Dong-Gun, Cecilia Cheung, Nicholas Tse, Liu Yeh, Chen Hong
Produtor: Sanping Han, Hong Chen
Produtora: 21st Century Shengkai Film, Capgen Investment Group


103 minutos
color, 35mm

"Uma jovem e pobre orfã faz uma promessa para se tornar bela e poderosa. Em troca, perderia todo homem que amasse. Anos depois, ela é uma deslumbrante princesa, arrependida da promessa que fez. Está rodeada de três homens apaixonados: um general, seu escravo e um duque. Aparentemente, a princesa está fadada a um destino solitário. Mas quando um outro escravo, disfarçado de general, salva sua vida, um sentimento forte e novo começa a nascer em seu coração. Com o despertar da paixão, ela prova com amargura o que o destino lhe reserva. Poderá o verdadeiro amor superar a mais temível das promessas?" (Texto retirado do site da 30ª Mostra: http://www2.uol.com.br/mostra/30/p_home.shtml)

Um ótimo elenco, em especial o ator Nicholas Tse. Mas sou suspeita de falar, por que o adoro. Entretanto, nesse filme, até meu amigo Emerson reconheceu que Tse mandou muito bem. Foi o primeiro filme dele que o vi como vilão!

Com esse rostinho lindo, só podia receber papéis de mocinho, mas provou com seu talento que é capaz de incorporar qualquer papel.

Adorei o filme também devido á fotografia. Belas imagens, belas cenas, figurinos maravilhosos!




Fotos: http://movies.yahoo.com/movie/1808756416/photo/stills


Últimas sessões na Mostra:
28/10

30/10

segunda-feira15:00
Reserva Cultural Sala 2

Thursday, October 26, 2006

Songfic

Song = Música
Fic = abreviação Fiction --> Ficção

Songfic = *Ficção de música, história de música, história musical, ou se preferirem: conto com trilha sonora.

(*Minha definição)

E agora, uma songfic escrita por mim...

Leoni - 50 Receitas Frejat/leoni

"Eu respiro tentando encher os pulmões de vida
Mas ainda é difícil deixar qualquer luz entrar
Ainda sinto por dentro toda a dor dessa ferida
Mas o pior é pensar que isso um dia vai cicatrizar"

Deitado em sua cama, Marco olhava para o teto, remoendo em suas mentes cada momento que passou com Viviane. Ainda se perguntando por que tudo tinha terminado. Embora tivesse a certeza de que era definitivo, continuava a desejar o momento em que ela percebesse o erro e voltasse atrás.

"Eu queria manter cada corte em carne viva
A minha dor em eterna exposição
E sair nos jornais e na televisãoSó pra te enlouquecer
Até você me pedir perdão"

Há quase uma semana que essa cena se repetia. Não ia mais ás aulas, mal comia, passava a maior do tempo trancado em seu quarto, ouvindo músicas tristes, revezando entre o choro e o sono, como uma criança emburrada. Por que inspirar pena é mais fácil que encarar a situação e tentar reverter o jogo.

"Eu já ouvi 50 receitas pra te esquecer
Que só me lembram que nada vai resolver
Porque tudo, tudo me traz você
E eu já não tenho pra onde correr"

É nessas horas que todos os seus amigos aparecem para dizer a fórmula do esquecimento.
- Saia e vai beijar umas garotas! - disse um. - Esqueça, ela não te merecia! - dizia outro.- Vocês não ficaram tanto tempo junto, logo você esquece!- Vai passar...O tempo cura tudo.- Outra vai aparecer!

Será?

Na escola, a professora substituta se chama Viviane. No shopping, a atendente se chama Viviane. Escuta coversa de desconhecidos por acaso, estão falando de uma Viviane. Ao seu lado, passa uma garota da mesma cor dos cabelos dela. O mesmo perfume, o mesmo modo de andar. Então as lembranças voltam, com força. Você se lembra dela olhando-o com pena, lágrima em seus olhos, mas um olhar decidido.
Não havia alternativa.
Era o fim.

"O que me dá raiva não é o que você fez de errado
Nem seus muitos defeitos
Nem você ter me deixado
Nem seu jeito fútil de falar da vida alheia
Nem o que eu não vivi aprisionado em sua teia"

"O que me dá raiva são as flores e os dias de Sol
São os seus beijos e o que eu tinha sonhado pra nós
São seus olhos e mãos e seu abraços protetor
É o que vai me faltar
O que fazer do meu amor?"

E não consegue sentir raiva dela. A defende diante de comentários maldosos. Não era para ter dado certa, a culpa não é de ninguém. Mas Marco não sabe o que fazer com todos aqueles planos que tinha preparado. Idéias que não se materializarão, frases que se tornaram apenas pensamentos. Tem que agarrar seu coração e escondê-lo entre as palmas das mãos para inibir todos seus sentimentos.

E isso dói.
Por que não há outra alternativa.

É obrigado a guardar todo seu carinho. Por mais que queira, por mais que tente, ele não tem a chave de suas algemas. Está com ela.

"Eu já ouvi 50 receitas pra te esquecer
Que só me lembram que nada vai resolver
Porque tudo, tudo me traz você
E eu já não tenho pra onde correr (2x)"

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Foto: Encontrei no blog http://www.deiaklunck.weblogger.terra.com.br/ , não sei quem é o autor, mas dou-lhe os devidos créditos! (O.o)

Música: Frejat e Leoni

Texto: Eu!! Karina Tiemi.

Monday, October 23, 2006

Até os bueiros são bonitos no Japão!

Só japonês mesmo para inventar essa moda! Os bueiros são decorados com belas imagens!

Peguei essas imagens no site da Uol
www.uol.com.br

Mas não sei de quem são! Prometo que da próxima vez serei mais ética e darei os devidos créditos! (Depois de pegar milhares de foto no google, será que alguém acredita?? rs)

Mudanças!

Estou decidida a mudar algumas coisas em mim. Não sei se influenciará muito este blog, mas acredito que sim por que, por mais neutraldiade científica que Durkhein me peça, impossível não influenciar.


Já é provado, não sei se cientificamente mas acho que sim, que não há imparcialidade, por mais ético que a pessoa tente ser, não há como se separar dos seus valores adquiridos desde a infância para ser imparcial. Nossos sentimentos não são como um casaco, que a gente pode tirar e pendurar em qualquer lugar e tornar a vesti-lo depois. Eu escrevo sim influencidade pelos meus sentimentos.

Muitas vezes escrevi textos tristes e, mesmo que eu não tivesse nenhum problema quando o escrevi, era aquilo que eu estava sentindo por algum motivo.

Ainda não sei exatamente qual será essa mudança. Ou mudanças.

É bem verdade que ela já começou. Estou mais sincera comigo mesma, que é o primeiro passo.

E, ainda que lentamente, estou planejando meu futuro, tenho projetos pós faculdade e esses dias encontrei um amigo meu que me deu algumas idéias, que não serão nada dificeis de serem postas em práticas...Pelo menos as tentativas.

Aliás, sei bem qual será uma das primeiras. Vou mudar totalmente minha aparência, vou fazer tudo aquilo que sempre tive vontade mas que não podia fazer por que, até então, não tinha recursos para isso. Minha mãe, não concordando com o que eu quero fazer, não me financiava!

Agora que eu posso, farei.

Este texto está tosco, sem estrutura, sem encadeamento de idéias. Vou passar a me policiar mais nesse quesito, mas este será uma (de várias, com certeza!) exceção!

Então...Aguardem as mudanças!

O buraco cósmico se abriu. E já fechou.

De acordo com o que estava circulando pela internet, ontem era um dia místico. Houve um disparo cósmico que ampliou nossos pensamentos e emoções em 1 milhão de vezes. Como consequência, a possibilidade de nossos desejos serem realizados também aumentara.


Boato ou não.
Lenda ou mito.
Esperança ou não.
Fiz meus pedidos.

Um deles se realizou ontem. Pedi para que a prova fosse fácil, que ocorresse algum milagre. Era um pedido simples, mas que se concretizou. O professor, o qual no início do semestre garantiu firmemente que a prova seria individual e sem consulta, ontem, ele deixou que fizessemos em dupla. (Suspiro de alívio)

Meus outros pedidos são mais difíceis de serem realizados, mas quem sabe se juntando á força das estrelas, no evento do Tanabata Matsuri, no qual eu fiz o mesmo pedido, eles se tornem realidade?

Infelizmente, o "buraco cósmico" durou apenas das 10 horas de ontem até a 1h17 de hoje...Mas isso não significa que você não pode mais fazer seus pedidos. Faça sim. Pense com força, pensamento positivo. Pode ser que não seja realizado, mas mal com certeza não te fará. Afinal, sonhar não custa nada.

E eu sempre sonho. Por que vocês devem estar cansados de saber que os sonhos sempre foram a minha fuga!

O Gabinete do Doutor Caligari



Um dos principais filmes de referencia ao expressionismo alemão, "O Gabinete do Dr. Caligari", 1919, é um filme clássico do cinema-mudo.
Privilegiando os efeitos de luz e sombra, o filme eh realizado sob a ótica de um louco, o que permitiu as distorções e deformações de casas, ruas e pessoas.


“As figuras centrais são o hipnotizador Caligari, que se apresenta num parque de diversões com seu médium Cesare, um sonâmbulo que mata várias pessoas sob hipnose e às ordens de seu mestre. O estudante Francis reconhece Cesare, quando ele arrasta sua amada, Jane”.

Francis acaba desmascarando a vida dupla do Dr. Caligari, pois além do seu show como hipnotizador, ele é diretor de um hospital psiquiátrico. Caligari tem um ataque e é levado pela polícia."
(Fonte: http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,450263,00.html)


Particularmente, eu só percebi o quanto esse filme é excelente no final, quando tudo se explica e você percebe que se trata da mente de um louco, mas não se pode dizer que antes disso o filme seja chato ou monótono. Pelo contrario, a decoração do cenário torna as cenas agradável e prende bastante a atenção do espectador.

Fora o, já renomado e praticamente santificado, ponto de referencia ao cinema-mudo, Charles Chaplin, eu julgava que filmes sem falas não fosse algo tão empolgante e que a formula só tinha sido bem aceita através da genialidade de Chaplin. Enganei-me redondamente.

Ao fim do filme é interessante refletir sobre as cenas, sobre a fotografia e sobre o jogo de luz que deram vida à fantasia de uma mente perturbada. É um ótimo filme.

Solteiros em Sampa...


Estava folheando uma revista veja e encontrei um ranking das cidades mais acolhedoras para quem mora sozinho. A pesquisa, realizada em agosto do ano passado, usou os seguintes critérios de avaliação:

A cidade precisa:

- Ser bem servida de bares, restaurantes e casas noturnas;
- Teatros e cinemas;
- Porcentagem de solteiros entre 20 a 40 anos
- Índice de empregos formais e o salário médio da cidade em relação a quanto custa levar uma vida de solteiro por lá.
- Gente animada, bem informada e ligada em cultura.
- Proporção de músicos profissionais
- População com maior índice de escolaridade
- Porcentagem dos solteiros que lêem livro por interesse absolutamente pessoal ou que tocam alguns instrumentos.

Confesso que alguns critérios eu não entendi o motivo de estarem na lista, mas o resultado não podia ser diferente: São Paulo!

Sendo uma das metrópoles que mais recebem imigrantes, não seria difícil ter o maior índice de gente interessante, afinal, São Paulo tem ótimos representantes de diversas regiões do Brasil.

Alem disso, sendo a cidade conhecida por não dormir, também não era segredo nenhum a quantidade de bares e casas noturnas. Nenhuma cidade supera as noitadas de São Paulo.

Agora, eu pergunto. Moro numa cidade que abriga bem os solteiros. Então...Moro em São Paulo por que sou solteira ou sou solteira por que moro em São Paulo??

Sou solteira por que moro em São Paulo?

Começo a duvidar se esse titulo de “cidade que abriga bem os solteiros” seja algo a ser comemorado...rsrsrs!

Fui enganada por DOIS meses e três dias!!

Ontem, o meu mundo caiu.

Eu ainda não consigo acreditar no que me falaram. Estou abismada,saturada, estupefata até agora. Enquanto ele me contava a cruel verdade e de maneira muito fria, meus olhos -pequenos e puxados - arregalaram-se pouco a pouco até quase chegarem aos tamanhos de duas pires de xícara. E eu somente conseguia dizer:

- É...É...É verdade!!! Meuuuu! Ahhh meuuu!! É!! Meuuuu...Ahhh meuuu! É verdade!!

Não conseguia exprimir a minha indignaçãoo com outras palavras porque estava paralisada com a surpresa. Por mais que tentasse, a revolta dentro de mim não permitia. E a reaçãoo daqueles que me abriram os olhos para mundo não poderia ser outra: riram descaradamente.

Riram até ficarem vermelhos. Não conseguiam dizer outra coisa além de risadas e risadas. E eu tive que rir junto.

Afinal, não é todo dia que se descobre que você teve aula por 2 meses e 3 dias de uma matéria achando que era outra.

Ainda estou indignada. Temos aula de Pauta, Redação e Reportagem II, mas estamos vendo rádio...TUDO de rádio. Por mais que a matéria seja voltada para rádio, nada incluí SONORA e falar no MICROFONE. Afinal, a matéria se chama PAUTA, REDAÇÃO E REPORTAGEM.

Pressupõe-se que você, antes de falar, vai escrever. E muito. E sonora e pagação de mico no microfone deveria ser para a tal matéria chamada RÁDIO.

E tenho dito!! Unf...

Eu gosto de...


Eu gosto de andar de ônibus.

Gosto por que nele encontramos o tempo que o capitalismo nos dá, justamente por nos tirar o tempo.
Explico.

O capitalismo visa o lucro. Tempo se tornou sinônimo de dinheiro. Tempo é dinheiro. Visa produzir mais dinheiro em menos tempo. O ônibus visa levar mais pessoas ao mesmo tempo, economizando gastos particulares com outros veículos.

Como resultado do capitalismo, temos o trânsito descontrolado de São Paulo. A quantidade de carros em São Paulo é o resultado das fabricas produzirem mais para venderem mais em menos tempo... Inúmeras pessoas em inúmeros carros dirigindo-se o mais rápido possível para o trabalho.

Não podemos perder tempo no capitalismo, mas o trânsito, fruto desse sistema de produção nos proporciona (ou nos obriga a ter) tempo para pensarmos em nossas vidas enquanto estamos dentro de um ônibus parado em alguma avenida.

E isso também não acontece nos carros? Acontece. Mas se você for o motorista, não pode se dar ao luxo de ser tão desatento.

No ônibus eu sento no fundo, encosto minha cabeça na janela, fecho os olhos e viajo. Viajo pra o Japão, viajo para qualquer parte do mundo. Viajo nas historias fantásticas que minha mente produz.

Claro, é mais fácil encontrarmos um ônibus lotado, mas ainda assim possuímos tempos para pensarmos, refletirmos. Pode ser desconfortável viajar em pé, mas nossas mentes podem desviar a nossa atenção desse desconforto.

Voltando aos MEUS motivos para gostar de andar de ônibus...

Gosto de sentar no fundo e viajar na minha mente, mas também gosto de olhar a paisagem. Gosto de olhar os prédios, gosto de olhar as lojas, as árvores, as pessoas...Ainda que seja uma vista embaçada com o cinza da poluição, ainda assim é mais alegre que o preto do metrô, do que as paredes escuras que é a única imagem que vemos pelas janelas desse meio de transporte...

Também gosto de viajar em ônibus por que sempre encontro conhecidos. Isso acontece em metrô também, alguém pode dizer. Sim, é claro que sim. Entretanto, o tempo que você pode dispor para conversar com alguém entre um ponto e outro é maior que o de uma estação a outra. E novamente, devido ao trânsito criado pelo capitalismo que diz que não podemos perder tempo. Contraditório, não? Mas se torna uma vantagem dos ônibus!

Ao menos para mim.

Da janela do ônibus há sempre a pequena chance – de o impossível rolar?? Não, deixem os titãs de fora desse texto – de vermos alguma cena inusitada. Podemos rir com a cena, se for engraçada. Podemos nos indignar, se for revoltante, como uma vez em que um operário jogou barro na janela do ônibus. E depois deve ter a cara de pau de reclamar da condição precária do transporte coletivo...

Podemos, simplesmente, da janela de um ônibus ter uma visão que vai alegrar o resto do nosso dia...Pode ser o preço que baixou daquele vestido que estamos namorando há tempos, pode ser uma criança fofa, pode ser uma flor única em um gramado...Ou pode ser simplesmente uma pessoa, parada em um ponto, esperando por um outro ônibus...

Ahhh...Eu gosto muito de andar de ônibus!!

Um minuto para gritar!

E se eu fracassar?
Quando eu achei que estava começando a dar certo no curso de jornalismo, acontece de novo. Nunca fiz uma apresentação tão ruim quanto à de hoje. Odeio falar em publico, simplesmente odeio. Ainda mais para um professor que me intimida mais que o diabo e que me traz traumas do colégio. Ele já me fez chorar no ônibus, faltou pouco para chorar em sala.


Não dá!
Eu não levo jeito!
Sou tímida -mor!
Não vou conseguir superar isso!
Terei que seguir fotojornalismo se quiser continuar na área, ou simplesmente desistir. Largar tudo. E ir trabalhar como dekasségui no Japão.
Quando paro para perguntar por que eu preciso passar por tudo isso, a resposta não me agrada. De que me adiantará o diploma, de que me adiantará ter um bom emprego, ser bem sucedida, ser rica?? De que vai me adiantar toda essa humilhação que senti hoje?
Nada. N-A-D-A.
E simplesmente por um único motivo: Por que vou morrer!
E nada me consola. Não adianta pensar em céu, anjos e o cacete á quatro. Por mais que eu acredite nessa teria de uma vida após a morte, a minha pergunta inicial continua a mesma!! Por que raios eu quero um diploma, ser bem sucedida se isso não vai abrir as portas do além para mim?
Qual a diferença em ser jornalista ou viver a minha vida como operária no Japão? Além do status social, não vejo outra diferença.
Por que não viver tranqüilamente, viver de bicos só para não morrer de fome, viver até morrer?
Por que essa busca em fazer aquilo que acha que gosta como profissão?
E se eu fracassar? Qual o problema? Diga-me qual é o maldito problema?
E o pior de tudo é que a pessoa que faz a maior pressão sobre mim mesma sou eu!
Tenho todas essas perguntas acima na minha cabeça, mas não consigo relaxar. Não consigo não me preocupar com o meu futuro.
“Faça com que o futuro e o passado fiquem no seu devido lugar.Nem o futuro e nem o seu passado podem contaminar o bem mais precioso que você tem que é o momento presente. Cure o seu medo do desconhecido, afinal você está sempre pronto para o que der e vier! Viva um dia de cada vez e reconquiste a paz, a alegria e a serenidade!”
Recebi essa mensagem no Orkut. Primeira vez que uma mensagem me atinge. Mas não consigo seguir isso por muito tempo.
Queria muito um abraço.


* * * * *
Bem, o minuto acabou.


Bonequinha que eu fiz no site http://www.madamemalkins.com.br/dollmaker/pt/index.php
=D!
Mais bonita que a outra que eu tinha encontrado...Jah que eu naum encontro doll japa, fiz uma meio parecida comigo...O que vcs acharam? rsrsrs
Kissu mina-chan!

E por falar em sonhos...

Um dia sonhei em ser "autora".

Na ingenuidade infantil, com esse termo eu dizia que gostaria de escrever livros.
Com o passar dos anos e aprendendo mais termos para meu vocabulário, aprendi a palavra "Jornalista".

Então, sonhei em ser jornalista.


Quero ser jornalista, decidi. Era minha resposta na ponta da língua sempre que a pergunta "O que você quer ser quando crescer?" ou, mais para frente, "O que você vai prestar no vestibular?"

Em 2004, entretanto, prestei História na FUVEST. Aliás, único vestibular da minha vida.
Sonhei em trabalhar em museus ou em recuperação de documentos históricos, que eu esqueci no momento o nome dessa profissão.

Não passei.

Sonhei, então, em conseguir um trabalho, mas foi adiado por que consegui uma bolsa para uma universidade particular, do contrário não sei o que seria da minha vida. Não teria dinheiro para outro ano de cursinho.

Não adianta pensar no que poderia ter sido.

Pensar no "Se...", só ser for a música do Djavan.

E não é que eu comecei a cursar jornalismo?

Meu sonho de escrever um livro continua firme e forte, ainda que o tempo esteja cada vez mais escasso...Estou no quarto semestre do curso, muitas vezes, se não em todos os momentos, duvidei se realmente é essa carreira que eu quero. E muitas vezes percebi que o que eu quero mesmo é escrever um livro!

Devo reconhecer que, dúvidas á parte, estou começando a escalar a escada do jornalismo. Escrevo matérias para o site da faculdade, estou estagiando na asssessoria de comunicação e vou consideravelmente bem até agora nas notas. Acho que, minimamente, levo jeito para a coisa, mas é fato que eu preciso trabalhar outros setores como a TIMIDEZ se eu quero realmente seguir na profissão.

Ás vezes sonhei em ser atriz, cantora, viajar para o Japão e fazer sucesso por lá. Voltar para o Brasil apenas para firmar que me tornei uma pessoa bem sucedida e reconquistar amizades antigas e desilusões amorosas.

Já sonhei em ser empresária. Sonhei que morava na Inglaterra, apesar de nunca ter entendido o título do filme "Tudo o que uma garota quer", história de uma jovem que vai morar em Londres.
Sonhei, sonhei muito. Sonho, sonho bastente. E seguirei sonhando por que, afinal, já dizia a letra do Bíquini Cavadão que eu costumo ter sempre em mente: "Os sonhos sempre foram a minha fuga"

É tempo de Sakura...

A guerra terminou. É hora dos combatentes regressarem para suas casas.

É tempo de sakura, época em que as pessoas chegam e partem de nossas vidas. E não importa o conteúdo daquela carta, com o carimbo do governo, ela deve ir até o porto. Ignorou aquela carta amarelada, esquecida no fundo de uma gaveta, mas, embora longe da sua visão, constantemente presente em sua mente.

Mariko vestiu o seu kimono mais bonito, branco, um pouco amarelado devido ao tempo, com desenhos de pétalas de rosa - o preferido de Kenichi - e um laço vermelho adornando a sua cintura. Seus longos cabelos, já grisalhos, ela os amarrou em um coque tradicional. E saiu.


Na rua, ignorava os olhares das outras pessoas. Não escutava os motores dos carros e não enxergava o sinal vermelho. Estava alheia ás pessoas a sua volta, apressadas, falando em seus celulares; aos estudantes rindo; crianças tomando sorvete; pessoas andando de bicleta; as máquinas de café, cigarro e outras coisas.

O caminho era longo até o porto. Andava, andava, andava. Nunca chegava.

Lentamente começava a perceber as manchas gigantescas ao seu redor, que tomavam forma de prédios e arranhas-céu. As casas próximas á praia haviam cedido lugar á modernização.

Começou com uma pequena batida entre os seios e se transformou em um sentimento de ausência, de perda. A cada passo que ela dava, a dor aumentava e a saudade era iminente. Logo estava desesperada.

Kenichi. Kenichi.

"Voltarei no porto de (...). Estará ao meu encontro?
- Estarei.
- Promete?
- Prometo!"

"Yamani-san, não quero descrever-lhe as cenas do meu dia-a-dia. Não quero manchar sua mente com cenas tão brutais. Ao invés disso, peço-te que me espere mais um pouco. Em abril, na época das sakuras, estarei retornando para casa. A guerra, enfim, está terminando...Fico imaginando como estará perto de nossa provincia? Provavelmente, as flores estão desabrochando. Lembra-se de quando, ainda meninos, costumavamos brincar no campo, enquanto as mulheres da vila colhiam as sakuras para o festival da primavera?"

Enfim, encontrou o cais. Havia um navio desembarcando mercadorias e outro, em que pessoas estavam retornando de suas viagens e reencontravam seus parentes. Ela se aproximou do navio e ficou parada, olhando com ansiedade pela saída de uma pessoa.

O Sol se pôs no horizonte. Quase todos foram embora, restava apenas Mariko, alguns marinheiros e uns poucos pescadores. Ela continuava a fitar o navio.

Um pouco distante, comentavam:
- É a Yamani-san?
- Hai, ela mesma!
- Todos os anos é a mesma coisa. Nunca falha.
- Nunca falha. E sempre nessa mesma época.
- Sim, é época de sakura. Provavelmente está esperando alguém que já partiu...
- Sim, é muito triste.
- Muito. Você conhece essa história?
- Hai. Tudo começou quando ela ainda tinha catorze anos...

* * * * * *

Saudade de quem me faz bem...


É um lugar no campo, onde há uma enorme árvore, de tronco bem grosso, na beira de um lago, para encostar minhas costas. Descalça, mergulho meus pés na água.

- Brrr...Está gelada.

Aproximo-me da beirada e vejo minha imagem refletida. Não por muito tempo. Aos poucos, a imagem vai se tornando embaçada e a água se mistura como em um redemoinho, formando novas imagens.

As imagens da minha mente.

Lembro-me, então, de como era gostoso esperar chegar o domingo só para me entregar aos seus braços, sentir o calor do seu corpo e a sensação de estar protegida. Ainda agora posso ouvir você dizer: "Tava com saudades...Saudades de quem me faz bem!".

E vejo você sorrir para mim. Com um graveto, pertubo novamente o lago e as imagens se transformam. Agora estamos na sua formatura. Depois de cinco anos de dedicação, tornou-se advogado.

Estava lindo. Alegre, empolgado, feliz. Durante a valsa, você me disse:- Você me faz muito, muito bem!Rimos, bebemos e dançamos a noite inteira. Uma noite perfeita.

Jogo uma pedra no lago. Olho ela quicar na água até finalmente afundar. E me vem a lembrança de quando nos despedimos.E hoje, cinco anos depois, eu finalmente percebo o sentido das palavras "Saudade de quem me faz bem".

Quando a morte passa ao lado...


Você já sentiu medo de morrer?

A vida e a morte estão banalizadas, isso é um fato concreto, visto como seres humanos estão tratando seus iguais: matando sem a menor hesitação, como se o outro fosse apenas uma formiga, a qual é morta pelo dedo de uma criança sem que esta compreenda a vida que acabara de destruir.

Hoje, muitas pessoas não tem medo de matar. Outras tantas também não tem medo de morrer. Muitas pessoas que vivem em situação de perigo intenso e constante ou áquelas que assistem de forma passiva á morte de outras pessoas, essas tem duas opções: temer totalmente a morte ou resignar-se.

Uma pessoa resignada com a vida, que não teme a morte, é muito perigosa.

Mas...O sentimento de que vai morrer em breve...Esse sentimento, você já teve?

A certeza de que não chegará ao fim da estrada daquela viagem, a certeza de que o carro irá derrapar no meio da pista ou que um outro carro em alta velocidade irá bater no seu...Então todas as suas preocupações desaparecem, sua cabeça começa a formigar, suas mãos gelam...Os pensamentos que tomam conta da sua mente não lhe trazem uma lágrima aos olhos.

Por mais que você pense naqueles que irá deixar, naquilo que não conseguirá realizar, nos pedidos de desculpas que precisa dizer, nos beijos que queria dar, o abraço em um amigo distante que jamais poderá ser dado, a saudade daqueles que estão longe...Nada.

Nada disso te deixa triste. Nada.Somente um grande vazio dentro de você.

Mentira.

Ninguém consegue sentir-se vazio totalmente.

Na verdade, toma conta de você uma certa ansiedade.Por que o carro não bate logo?
A qualquer momento ele vai bater.
Daqui a pouco.
Daqui a cinco minutos.
Quatro. Três. Dois. Um.
...Agora!
Ele não bate.

Ele continua seguindo o seu percursso, alcançando o seu destino e você...Mas que surpresa! Sente-se totalmente frustrado! Pensou que iria descansar, mas não foi desta vez. Ainda não. Um dia sim, mas não agora.E aquele sentimento, aquela certeza? O que significou tudo isso? Por que esses sentimentos de repente? Por que essa tontura, esse formigamento na nuca? Por que suas mãos estão geladas?
Por que a morte passou ao seu lado.



* * * * *
Eu tenho em mente uma outra versão para este texto, mas ainda preciso colocar no papel [bloco de notas].

Um lugar...

Não quero um lugar perfeito, onde responsabilidades, preocupações e sofrimentos não existam. Isso é uma utopia.
E de sonhos, minha mente está saturada.
Quero um lugar que seja só meu.
Um lugar que ninguém saiba onde é. Por consequência, um lugar que ninguém me encontre!Celuar, computadores e campainha, principalmente esta última, serão proibidos.
Um lugar em que o silêncio reine para que eu possa gritar.
Um lugar tranquilo, para chorar.
Um lugar sem graça, para rir loucamente.
Um lugar aconchegante, para pensar.
Um lugar para domir.
Um lugar para fugir.
Não precisa ter luxo, basta ser um simples quarto, uma cama, livros e músicas.
Ou, quem sabe, um lugar sem paredes, como a casinha da música "Era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada..".
Um lugar perdido da sociedade.
Um lugar da natureza esquecido pela evolução tecnológica.
Um lago, um bosque, um jardim de uma casa abandonada.
Um lugar para fazer o que eu quiser, como quiser e quando quiser.
Não seria um lugar para passar messes, dias, apenas horas, talvez até minutos...Seja o tempo que fosse, seria o ideal para recuperar a energia e então encarar a realidade novamente.
...Só quero um cantinho para ficar em paz...

Beautiful Life





Beautiful Life é a primeira novela japonesa, ou j-drama, ou doroma, que eu assisti. É linda. A história é sobre um casal, ele é cabelereiro e ela tem uma grave doença que a deixou paralítica. É tão bonitinho! É tão diferente da novela brasileira!

Filmado em 2000, me faz supor que os costumes não tenham mudado tanto em 6 anos. É claro, devem ter mudado, mas acho que em boa parte daquele país, ainda devem manter muitos costumes que vi, tais como: em hipótese alguma, por mais pressa que esteja, não se entra em casa com os sapatos/tênis que se usam na rua. Acho isso legal. É bem higiênico rs. Outro costume: Lamen. Nossa, acho que eles só comeram isso na novela inteira rs. Um hábito ruim eh que parece que os japoneses fumam e MUITO, mas MUITO mesmo. Enfim...

Voltando ao casal principal, é tão bonitinho a forma como o amor deles vai se revelando, se manifestando pouco a pouco, muito antes do primeiro beijo...E é tão bonito o primeiro, os dois sentados em frente ao banheiro, tentando ser uma cena natural, mas ao mesmo tempo a gente sente que não, pois se trata de uma garota inválida e, preconceitos ou não á parte, é um recurso do autor para despertar a sensibilidade de quem assiste. Já estamos mais propícios a nos emocionar devido a história da personagem principal.

Vale muito a pena ver. É, de certa forma uma lição de vida...

Afinal, quem nunca pensou:

"Por que viver? Se temos a certeza de que vamos morrer?
Por que trabalhar, manter relações, criar uma família? Se no fim, com o passar dos anos, somos esquecidos?
Por que tantas responsabilidades e tantos sofrimentos?
Por que esperar pela morte?
Por que se apegar tanto á essa realidade?"
Ao fim dessa novela, a única pergunta em mim era "E por que não?".

* * * * *
[Marcas das minhas atitudes estão cravadas em minha mente. Não consigo esquecê-las.]

Um dia cinzento


Quando o dia amanhece assim, cinzento, gosto de sentar ao pé da janela, enrolada em um edredon azul, tomando chá. Passo horas observando o céu, as pessoas correndo para escaparem das chuvas e também por que a pressa faz parte da vida dos paulistanos, observando também a fumaça que embaça o vidro.

Quando o dia começa frio, não consigo me livrar desse sentimento ruim dentro de mim. As cores parecem estar apagadas ou gastas pelo tempo, sem os raios do Sol.

Tudo é tão mais triste nesses dias. Tão mais solitário.Meu coração, para escapar do frio que toma conta do meu corpo, se aquece através das lágrimas que escapam de mim. Ele bate mais forte, mais quente, se agita. Por que o choro é uma forma de aquecer o coração, de movimentá-lo.

Reparem, quanto mais choramos, mais forte ele bate. Mais sangue circula dentro de nós. Mais rápido nos aquecemos.Sinto falta dos amigos, ao mesmo tempo que nada me fará sair de casa, está muito frio.É uma estação triste. Sim, o inverno tem suas vantagens. Principalmente para os apaixonados correspondidos.

Entretanto, ainda que possuísse alguém para me abraçar, isso apenas esquentaria meu corpo, talvez até minha alma, mas nada espantaria a sensação de sermos dois ilhados do restante do mundo...

A dúvida

Leonardo encarava aquele ser que tanto medo lhe proporcionava. Por outro lado, em determinados momentos, trouxera-lhe igualmente alegrias.

Como é que ele, um rapaz de 23 anos, poderia ter tanto medo de um simples aparelho telefônico?

Três, dois, dois, zero. Sete, quatro, quatro, sete.

Mais uma vez ele discava esses números. E mais uma vez desligava em seguida, sem nem ao menos ouvir o primeiro toque.

"Oi??"Não.
"E ae, como vai?"
Não, assim não.
"Oi, tudo bem?"
Clássico demais.
"Márcia?? Beleza??"
Acho que tá grosseiro demais...Argh. Chega. Liga logo e pronto.

Ele se aproxima novamente do telefone, já sentindo seu corpo reagir por antecipação á voz de Márcia, reagindo com uma leve tremedeira, um calor no meio do peito que insiste em agir como se fosse um elevador dentro dele. Sobe, desce.

Três, dois, dois, zero.
Respira fundo.
Sete, quatro, quatro.
Hesita.
Sete.

De repente ele percebe que seu coração está batendo mais forte.
Tuu...
O primeiro toque.
Desliga.

O que dizer? Como dizer? Por que estou tão nervoso? Não é a primeira vez que ligo para ela. Está certo, é a primeira vez depois que o namoro terminou, mas mesmo assim não é motivo para tanto nervosismo. Ou é? Puta merda, tá mais difícil do que quando eu a pedi em namoro...

O que será que ela vai pensar? Será que vai achar que eu tô querendo voltar ou fazendo pressão para isso? Mas não é. Não é. Eu só quero avisá-la de que já chegou na locadora dos meus velhos o filme que ela tanto queria ter visto e eu não a levei por que achei o título uma droga. É. Apenas isso. É somente isso e nada mais. Será?

Ah que se foda.
Três, dois, dois, zero. Sete, quatro, quatro, sete.

Tuuu...O primeiro toque.

Tuuuu...O segundo...

Tuuu...Alô?

É ela.

- Alô, Márcia? E aí, como vão as coisas?
- Ah...Léo? Tudo ótimo e você?
- Bem...Só queria avisar que chegou aquele filme que você queria.
- Ah, sério? Legal. Depois eu passo aí para pegar...E aí, como estão os seus pais?
- Tão ótimos, cê sabe que...Blá, blá, blá e mais blá.

* * * * *
O mais difícil é dar o primeiro passo. Não adianta tentar pensar no que vai acontecer. Faça o que tiver que fazer e veja os resultados acontecerem.

Sunday, October 22, 2006

Não leve a vida tão a sério!



-Viviane, sua filha me chamou de feia! - brinca Cynthia, com voz chorosa.
Maria, 4 anos, arregala os olhos e grita:
-Eu tava brincandoooooo!! É brincadeiraaa!!!"É brincadeira!".

Essa frase sempre nos ajudou a escapar de broncas. Era uma maneira de driblar uma dificuldade, uma situação embaraçosa.
Nesse fim de semana, ao ouvir a cena descrita acima, minha mente girou em 360 graus.

Passei por várias reflexões, até minha atenção voltar novamente para o quarto de um sítio em Juquitiba, aonde estava com minhas amigas e a pequena Maria.

Percebi o quão tentador é desejar voltar a infância.

Tudo é brincadeira, tudo é muito simples.Simples demais.

Imaginem como seria se pudéssemos evitar tantas coisas simplesmente dizendo ou ouvindo "é brincadeira"."É brincadeira que eu perdi o emprego";"É brincadeira que eu não posso pagar as contas";"É brincadeira que eu ganho pouco!";"É brincadeira que eu não vou tirar férias";"É brincadeira que eu não amo você";Imaginem, que delícia!

Como crianças, fugir das responsabilidades, fugir dos nossos medos, fugir de tudo o que nos deixa mal ou o que fazemos que deixa mal os outros. Libertar-nos de tudo o que nos aflige e preocupa e apenas curtir a vida.

Esses pensamentos vieram tão rápido em minha mente que me atingiram como um raio. Creio que até dei dois passos para trás, com a surpresa de estar pensando nessas coisas em meio á momentos de diversão.

Mas é assim mesmo. Divagamos quando menos esperamos e quando nos damos por si, estamos ali, com a maior cara de patso, olhando para o nada...

Entretanto tão ou mais rápido que esses pensamentos veio a minha resposta: não quero a infância. Não quero! A minha já passou e fui muito boa, obrigada!

Mas não era uma resposta assim, concreta, era algo abstrato dentro de mim, era quase um sentimento de repulsa ou ainda, por mais contraditório que possa ser, um sentimento de gratidão.

Não sei definir o que era ao certo, mas naquele momento eu me senti bem por estar na fase em que estou.Não sou criança, não sou adolescente, não sou adulta. Sou...Simplesmente...EU!Não quero ser criança ou adolescente ou adulta.

Eu quero ser as três ao mesmo tempo.

Criança para sorrir diante dos meus doces preferidos. Para sorrir quando ganho um presente. Para mostrar a língua quando quero provocar e sair correndo.

Adolescente para beijar, dançar, gritar, chorar vendo filmes românticos, falar palavrão, beber.

Adulta para ter forças e maturidade suficiente para encarar a vida com seriedade quando for preciso.

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[A vida é uma brincadeira da qual ninguém sai vivo!] - by...Vai saber!

[Viva o momento. Viva o SEU momento] - by...Vai saber!

O meu momento é: criança+ adolescente brincando de ser adulta!

Felicidade é um bolo de chocolate!


Hum...

Muitas pessoas passam a vida inteira procurando a resposta de uma única pergunta: Como encontrar a felicidade? Ou talvez existam variações para essa pergunta, mas que no fim se resume simplesmente a tentar entender o que é a felicidade.

Sem entrar em questões religiosas ou de senso moral, a felicidade está em um bolo de chocolate, pra quem gosta de chocolate, ou em um bolo de baunilha, para quem prefere, ou de morango.

Não há nada mais simples do que ser feliz. A felicidade está em saborear aquele pedaço fofinho, úmido, com a cobertura cremosa, por um longo tempo e finalmente engolir e ter a sensação de que nada mais importa naquele momento.

Vejamos com mais detalhes.

Em um certo dia você acorda com o desejo incontrolável de comer chocolate. Não uma barra de chocolate, mas um bolo de chocolate. Você acorda e vai até a padaria, mas infelizmente não há nenhum bolo de chocolate. Então corre ao mercado mais próximo. Tão pouco encontra o bolo pronto, mas ali existem os ingredientes.
Compra-os.

De volta á sua casa, você começa a preparar o bolo. Mistura os ingredientes, segue a receita e por fim esperar o bolo assar. Em seguida o recheia á seu gosto e espera mais um pouco.

Ao fim da tarde finalmente poderá devorá-lo. Corta um pedaço. Com o garfo, o leva até a boca. Mastiga e aquele gosto doce espalha-se em sua boca e dentro de você, o sentimento de realização e, além disso, todas as suas preocupações desaparecem por um instante.

Nesse momento, você só sente o doce, o gostoso, e há até quem se arrepie. O prazer é intenso, porém dura apenas alguns segundos.Felicidade é instantânea, mas não rara. Felicidade existe por pouco tempo, mas diversas vezes ao dia, basta perceber ao seu redor.
Abra os olhos.


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...Entretanto, é muito mais fácil enxergar a tristeza.

Rascunho I

A rotina não é só algo enfadonho, mas, também, é perigosa.

Esse era o pensamento de Jacko Fung, mais conhecido por Jack, um rapaz alto com ombros largos, olhos puxados devido a sua origem oriental e cabelos negros presos em um curto rabo de cavalo.

Não há nada mais mortal do que a rotina, prosseguia ele, mentalmente.


Acordar no mesmo horário, comer no mesmo horário, sair de casa no mesmo horário ir para o trabalho no mesmo horário...Não há nada pior que isso. Além de alienar a mente e destruir a alma, há a possibilidade de se perder a vida. Se é que uma vida assim possa ser chamada de vida.

Tragou pela última vez e jogou o toco do cigarro na rua. Observou a brasa se apagar e em seguida voltou sua atenção para a casa do outro lado da rua.
Eram quase dez da noite. Nessa casa, Jack sabia muito bem, moravam cinco pessoas. E todas elas presas as suas rotinas desde sempre.

Eu não aguentei dois anos fazendo as mesmas coisas, quase enlouqueci. E essas pessoas se submetem a essa prisão por live e espontânea vontade.

Não.

Não por vontade própria, são obrigadas a isso, são obrigadas pela sociedade em que vivem, pelas leis desta sociedade. Entretanto, elas não parecem fazer questão de mudar isso. Estão acomodadas.

Será que elas realmente não percebem o quão deprimente é essa vida?

Será que Roberto, o pai de família perfeito com um bom emprego em uma empresa de médio porte, bom marido, honesto, será que ele tem prazer em viver assim? Não se cansa de todo dia, ao sair de casa, beijar a mesma mulher e, ao voltar, tomar o seu cálice de vinho na biblioteca, lendo Platão ou outro filósofo grego. Em seguida, desejar boa noite ao seu velho, no escritório deste e subir para a companhia da sua esposa que, até então, estava cuidando de sua estética com cremes, cremes e cremes, apenas para ficar perfumada e macia para seu marido? Então eles se amam. Amam mesmo? E finalmente dormem.

Enquanto isso, no quarto ao lado, a filha mais velha se prepara para sair escondida. Aos 16 anos, tudo é aventura para ela. Seus pais proibiram-na de namorar, mas isso realmente só tornou o jovem Carlos ainda mais desejável. Tsc. Olha ele chegando na moto do irmão mais velho que pegou, obviamente, escondido. E lá vão o jovem casal. Com muita sorte, essa menina não volta grávida hoje.

No quarto em frente ao de Marisa, fica o do seu irmão, que, ao invés de dormir, está com os olhos grudados na televisão, tentando terminar a todo custo aquele jogo da moda e ouvindo a música do momento no volume máximo do seu tocador de mp3.

Para terminar, o único que realmente me interessa: o velho. É o único acordado, está sozinho no seu escritório, remexendo em documentos velhos e perdido em seu passado obsceno. Não consegue imaginar que, dentro de poucos minutos, um assunto que ele julgou enterrado irá surgir á tona. Enquanto isso, ele devora devagar pedaços de queijos gordurosos, sujando as mãos e lambendo os dedos. Nem sequer sente remorso enquanto relembra de tudo que ele fez, de todas as vidas que destruiu. Ele simplesmente segue sua rotina, a qual me possibilitou saber exatamente quando e onde ele iria estar sozinho. Rotina é uma coisa perigosa, isso eu aprendi nesses dois anos que passei na cadeia.Bem, Jack meu querido, está na hora de agir.

Jack atravessou a rua e, sem cerimônia, pulou o cercado do jardim. Sorrateiramente, seguiu pela lateral da casa, até alcançar a porta da sala de estar. Com uma cópia da chave, abriu a porta e entrou.

*****
Eu não ia postar isso agora, mas tô sem texto e realmente fazia um tempo que eu não atualizava aqui!

Página de um diário!


"Doze de novembro de 2006.

Olhando para o espelho, não tenho certeza de quem eu vejo do outro lado.
É uma total estranha.
Um rosto mais magro, um sorriso estranho, um olhar diferente. Nas fotos antigas, meu sorriso era lindo, me deixava bonita. Hoje percebo nele algo de falsidade, algo de um mal-estar em sorrir.
Não sei dizer o que mudou, só sei que não sou mais aquela menina briguenta, mau humorada, de temperamento forte.
Hoje tento ver todos os lados de uma situação antes de tirar minhas conclusões. Tento ser mais paciente. Tolero muito mais. Entretanto, meu sorriso era mais bonito.
Passo um batom. Um gloss. Tento um lápis no olho, uma ajeitada na franja.
Nada.
Talvez até esteja pior, por que sei que a maquilagem disfarça as falhas e ninguém me enxerga como sou. Maquiada, sou outra pessoa, outra garota. Maquiada sinto-me ainda mais falsa. Continuo a não me reconhecer diante dos espelhos ou em novas fotografias.
Aos 18 anos, ainda não me encontrei, não me tornei mulher. Estou ainda na segunda etapa, sem a certeza de que a metamorfose um dia virá.
Serei uma eterna garota?
O que faz com que as garotas se transformem em mulheres?
É o sexo?
Ou é o trabalho?
Nenhuma das duas opções me fez sentir mulher.
A primeira, se feita com alguém que entenda do assunto, pode me levar ao êxtase.
A segunda, me leva ao estresse.
Dizem que se sentir mulher é estar plenamente realizada consigo mesma.
Mas o que é estar plenamente realizada?
Casada com filhos e ter sua casa própria, além de estabilidade financeira?
Ou ser mulher é se sentir bem consigo mesma, sentir-se linda apesar do empurra-empurra no ônibus, descabelada depois de um dia tenso, os ombros cansados e ainda ter na cabeça uma pilha de louça á lavar e roupas a tirar do varal?
Não sei.
Só sei uma coisa.
Quero ser mulher para saber andar de salto.
Quero ser mulher para ser determinada.
Quero ser mulher para ter certeza do que eu quero.
Quero ser mulher para dominar o mundo...Masculino!
Quero ser mulher....E quero agora!"
---------
O tempo cura tudo, diz o ditado popular. Só o tempo para que possamos entender certas coisas.
É verdade.Mas, ás vezes não temos paciência para esperarmos pelo tempo.Eu também quero ser mulher. Mas quero ser mulher para continuar sendo garota...

A Pessoa Errada

A PESSOA ERRADA
(Luis Fernando Veríssimo)
Pensando bem
Em tudo o que a gente vê e vivencia
E ouve e pensa
Não existe uma pessoa certa pra gente
Existe uma pessoa
Que se você for parar pra pensar
É, na verdade, a pessoa errada.
Porque a pessoa certa
Faz tudo certinho
Chega na hora certa,
Fala as coisas certas,
Faz as coisas certas,
Mas nem sempre a gente tá precisando das coisas certas.
Aí é a hora de procurar a pessoa errada.
A pessoa errada te faz perder a cabeça
Fazer loucurasP
erder a hora
Morrer de amor
A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar
Que é pra na hora que vocês se encontrarem
A entrega ser muito mais verdadeira
A pessoa errada, é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa
Essa pessoa vai te fazer chorar
Mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas
Essa pessoa vai tirar seu sono
Mas vai te dar em troca uma noite de amor inesquecível
Essa pessoa talvez te magoe
E depois te enche de mimos pedindo seu perdão
Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado
Mas vai estar 100% da vida dela esperando você
Vai estar o tempo todo pensando em você.
A pessoa errada tem que aparecer pra todo mundo
Porque a vida não é certaNada aqui é certo
O que é certo mesmo, é que temos que viver
Cada momento
Cada segundo
Amando, sorrindo, chorando, emocionando, pensando, agindo,querendo,conseguindo
E só assim
É possível chegar àquele momento do dia
Em que a gente diz: "Graças à Deus deu tudo certo"
Quando na verdade
Tudo o que ele quer
É que a gente encontre a pessoa errada
Pra que as coisas comecem a realmente funcionar direito pra gente...
----------
Sei O que vocês vão dizer!Tá disfarçando pra atualizar.
Bem...Não tenho nenhum texto pronto mesmo.
Mas esse aí vale a pena colocar aqui!
Que o Fernando Veríssimo manda muito, todo mundo sabe...Mas esse texto, em especial, é ÓTIMO!!
Bem, reflitam sobre esse texto aí enquanto eu vou treinar mais para um dia, quem sabe, escrever um milésimo do que ele escreve!!

Inu-Yasha


O blog é sobre meus textos, mas decidi ampliar as opções e adicionar uns poucos desenhos que eu fiz copiando só olhando os modelos prontos.Esse do Inu-Yasha é o meu grande orgulho, acho que foi o melhor até agora!

Processo de produção dos meus textos

- Então vamos lá...- disse JK Rowlling certo dia.

Sentada diante da mesa e das folhas de papéis...Hum...Folha de papel?? Risca aí. Substitua por máquina de escrever...[Alô...Ela publicou Harry Potter na Inglaterra em 1997! E na INGLATERRA! Não é Brasil, lá certamente já era comum todos terem um computador em casa.]Okay. Okay escrito como eles falam. Ó-K-E-I.Vamos tudo de novo.

- Então vamos lá! - disse JK um dia.{Jk?? Juscelino Kubtehsk [Olha, eu acho que vc escreveu o nome errado...Aliás, o sobrenome]...K-U-B...Ah deixa pra lá...Bem, é o ex-presidente do Brasil ou o John Kennedy??}

Reescrevendo mais uma vez.

-Então vamos lá! - Disse a autora de Harry Potter certo dia.Sentada diante do seu COMPUTADOR, ela pensava no que escrever na próxima cena. Já tinha passado para o word tudo o que estava rabiscados naqueles guardanapos de uma casa de café, lugar em que simplesmente a idéia de um bruxinho saltara do seu inconsciente para o seu consciente. [Essa frase ficou estranha!] {Também acho!}[Talvez ficaria melhor se você escrevesse "ela arregaçou as mangas"]{Mas não seria chavão?}[Ela não está escrevendo um texto jornalístico!}[Fato!]

Reescrevendo.
(...)
...Sentada diante do seu computador, ela arregaçou as mangas para começar o seu trabalho, mas não chegou a encostar nas teclas. Parou ao perceber que não sabia o que escreveria na próxima cena. Já tinha passado para o word tudo o que estava rabiscados naqueles guardanapos de uma casa de café, lugar em que simplesmente a idéia de um bruxinho saltara do seu inconsciente para o seu consciente.

[Ela insiste na frase estranha...]{Sugestão para melhorar?}[Hum...Por enquanto não!]

Agora, no entanto, nada vinha clarear suas idéias. Como continuar a cena?? Harry se rebelaria, ficaria contente, não acreditaria naquela história...E onde ficaria a escola de bruxaria?? E qual o nome da escola?Ela tentou escrever. Meia hora digitando frenéticamente. Releu o que escreveu, apenas para apagar tudo de novo. E tentou mais uma vez. E apagou mais uma vez. Escreveu de novo. Apagou de novo. Escreveu. Apagou. Escreveu. Apagou. Já digitava com fúria, mas nada que escrevia era do seu agrado. Suspirou.No relógio do seu pulso descobriu que já estava ali há mais de duas horas.

- É, tem dias que não tenho nenhuma inspiração...- rendeu-se.

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Escrever é um suplício, para quem gosta de escrever, já dizia o jornalista Ricardo Noblat. Eu completo. E para quem saber escrever. E para quem tem uma imaginação vasta. E para também os autores famosos.

A cena descrita acima é totalmente fictícia, mas não devem ser raras entre autores talentosos. O que dirá, então, dos iniciantes?Há dias em que nada vem á nossa mente, outros em que simplesmente as idéias pipocam dentro de nossas cabeças e escrevemos, melhor, digitamos por horas seguidas.

Enquanto escrevemos, somos atormentados por várias vozes. Uma delas é a nossa própria, corrigindo nossos erros. Como se estivessemos conversando com uma outra pessoa, criamos diálogos em nossas cabeças sobre como deveria ser tal cena. Como no começo desde texto.Outras vezes somos incomodados pelos nossos personagens. Sim, eles tem vida própria e sempre nos dizem "Opa, eu não agiria dessa maneira nessa situação".Insipirados, já sofremos com essas "interrupções", o que dirá de quando não temos a mínima idéia do que escrever?? É complicado.Escrevi esse texto justamente por não ter nada melhor, por não ter a menor inspiração.

Espero que o próximo seja melhor.

Sem título [Uma cena em uma ponte]

1...2...3...4...5...
Enquanto subia, contava os degraus.
7...8!
Chegou, enfim, à ponte.

Uma ponte velha, pequena, sobre um lago esquecido e poluído. A madeira rangia á cada passo que Amanda dava, mas ela não se importava e só parou quando chegou no meio da ponte.Parou de andar, apoiou-se na beirada e fitou o horizonte, sem realmente ver a imagem á sua frente, mas vendo áquela que continuava gravada em sua mente.

Era verão. Dezembro, perto do natal de 1978. Na época, tinha apenas 18 anos.
- Vou ser médico! - dizia Bruno, parado ali, na mesma ponte, com os braços apoiados e as mãos segurando os queixos - Quero salvar as vidas das pessoas! Vou estudar que nem louco, vou me afastar dos amigos, mas vai valer a pena esse sacrifício temporário! Afinal, quero a USP, terei que me dedicar de corpo e alma para conseguir chegar até onde eu quero!
- Você é muito romântico! - ela lembrava de ter dito isso á Bruno - Você pensa que essa profissão é só de coisas boas? Que nada! É estressante, você quase não tem vida social, é cheio dos plantões, mal terá tempo para si mesmo. Além disso, você não conseguirá salvar á todos. Muitos morrerão nas suas mãos. E você terá que lidar com essa responsabilidade. No começo sofrerá, mas depois de anos, nem ligará mais. A vida acabará sendo banalizada por você.
- Não necessáriamente. Pois sim, enfrentarei a culpa da morte de muitas pessoas, mas as que eu salvarei não me fará esquecer nunca que eu lido com vidas humanas!

Ela acendeu um cigarro, ele fez uma careta.
Ela riu e perguntou:

- E se um dia você tiver que tratar do meu câncer?
- O que não será em um futuro muito longe se você continuar a fingir que é uma chaminé ambulante. - ele pegou cigarro dela e o apagou. - Não sei dizer como reagiriam meus sentimentos, mas meu corpo estaria treinado á realizar a medicina!
- E como você lidaria com a minha morte?- Eu não sei...Eu sofreria bastante!
- Com o fato de ter me matado?
- Eu não teria te matado...O cigarro sim! Vamos mudar de assunto?
- Como quer ser médico se não aguenta pressões?
- Tenho só 18 anos, muito tempo para amadurecer. Você está me deixando deprimido...Por que você faz essas perguntas?

Amanda riu. Como era gostoso irritá-lo com perguntas cujas respostas não eram contas exatas, como na matemática, ou baseada em fatos científicos.Bruno era totalmente prático, objetivo e perdia totalmente o controle quando as questões eram abstratas. Ele tinha medo da morte. Talvez por isso morrera cedo. Atropelado. A medicina não conseguira salvá-lo.

Ela abriu sua bolsa e retirou o maço de cigarro. Só havia mais um. Acendeu. Tragou forte e soltou a fumaça lentamente.
- É...E eu estou viva.
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É, eu estou viva.
[Viver é fácil, difícil é existir!] frase by...Vai saber!

Sonhar

A bailarina rodopiava sem parar no minúsculo palco da caixinha de música. Deitada em sua cama, com o queixo sobre as mãos, Ana a observava com um brilho sonhador em seus olhos.

Em sua imaginação infantil, fingia estar diante de milhares de pessoas. Pessoas de diferentes
cidades, estados, países, continentes, reunidas em um só local para um objetivo: assistir a famosa dançarina Ana Karen de Lima.

Estão todos ansiosos, os olhos grudados no palco, com grandes expectativas. A cortina vermelha, então, começa a subir lentamente. As sapatilhas, rosas, surgem e todos se calam. Pouco á pouco, a imagem de Ana Karen surge para todos.Tão sublime quanto a bailarina da caixinha de música, Ana começa os movimentos. E a platéia vai ao delírio.

Ela corre, salta, roda, volta ao chão com a suavidade de uma pluma. A música enche-lhe a alma, a mente, o coração. Ela ri. Ri com gosto. Tem um imenso prazer pelo que faz, sente-se plenamente realizada.

De repente, a música para.

O som de uma porta se abrindo retira Ana de seus desvaneios.O sonho é interrompido pela entrada de sua mãe, acompanhada de uma cadeira de rodas:
- Vamos Aninha, está na hora do seu passeio no jardim, vamos tomar um pouco de Sol! Está sorridente, o que há?
Ela responde:
- Mãe, hoje eu dancei para milhares de pessoas!A mãe sorri. Coloca a filha na cadeiras de rodas e, empurrando-a, pede:
- Então me conte tudo!

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Sonhar é um recurso que renova nossas forças para conseguirmos superarmos nossas dificuldades!
Pena que muitos acreditam ser uma exclusividade das crianças.

Noite



Isabel vai dormir, todas as noites, sempre ás nove horas em ponto. Na cama, sente um imenso vazio dentro de si, sente falta de ter alguém que a ame, esteja ao seu lado, sente falta de carinho, amor, paixão, mas também de dinheiro. Afinal, ninguém come [sentido literal do verbo comer] o amor.

É durante á noite que os sentimentos mais intensos e angustiantes são despertados dentro dela. Chora, abafa o grito mordendo o travesseiro, joga-o no chão, levanta, sobe na cama, xinga em silêncio [para não acordar seus pais no quarto ao lado], morde o punho, sente falta de ar. Chora até ficar cansada.

Medos, lembranças ruins, egoísmo, ciúmes, inveja. Tudo aflora na escuridão do seu quarto. Nem a luz do seu velho abajur consegue afastar esses maus sentimentos, que são como aquelas imagens feitas nas sombras. São como fantasmas negros desenhados nas paredes.

Lamenta o próprio choro, sofre com as falsas amizades, não percebe as verdadeiras, pensa na morte. Não na sua. Mas na dos outros. Pensa na morte dos outros para pensar no próprio sofrimento. Como reagiria se Carla morresse? Como agiria Leonardo ao vê-la chorando pela morte da melhor amiga?

Sua mente, louca e doentia, viaja para espaços infinitos onde, por mais que sofra, por mais que chore, nunca está sozinha. Onde no fim, tudo dá certo. Um mundo dos sonhos...[Longe, muito longe do tal mundo das leis, das coisas práticas.]

Seus olhos inchados, seu corpo inteiro, cansados, relaxam. Ela repousa novamente na cama e adormece.

Acorda cedo, abre a janela e vê o Sol. Não pode acreditar no desespero que passara durante á noite. Coisas tão pequenas e irrelevantes, que, agora, não conseguem fazê-la nem piscar, quanto mais derramar uma lágrima. Sorri. Está de volta ao mundo real.

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Mas o que é a realidade?
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[Segui seus passos na escuridão do Destino. Bati a cara em portas fechadas]

Desconhecidos...

"Ela colocou o copo, vazio, na mesa, no momento em que ele entrou no bar.
Ele retirou a capa pesada e molhada, chovia muito forte. Olhou em torno de si, procurando algum rosto conhecido. Não viu ninguém.
Ela pediu outra cerveja. Enquanto esperava, olhou para a entrada e viu a chuva caindo, olhou o seu relógio, eram apenas 22h. Suspirou, lembrando de uma época em que ali costumava ser mais divertido, mais agitado, com mais pessoas conhecidas.
Desanimado, ele sentou na mesa ao lado dela. Pediu uma cerveja e pensou em seu trabalho. Tantas coisas para fazer na segunda-feira, enviar relatórios, despachar pedidos...Tomou um gole. O líquido gelado e amargo suavizou seus pensamentos.[Ah, que se dane. Não vou pensar nisso agora!]
Ela sorriu quando o garçom abriu a garrafa e despejou o conteúdo em seu copo novamente.{Era uma época muito divertida...Pena que não há ninguém conhecido aqui!}
[Cadê o pessoal?]
{Queria conversar}
[Preciso me distrair]
Ela olhou para ele.
Ele olhou para ela.
Ambos olharam para fora.
A chuva estava diminuindo.
A cerveja estava acabando.
Ela olhou para o relógio, pagou a conta, abriu o guarda-chuva e foi embora.
Ele pediu outra cerveja, pegou o celular e ligou para a sua ex-namorada."

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Deixamos sempre passar uma ótima chance de mudarmos nossos destinos. E nem ao menos temos consciência disso. É impossível saber o que perdemos quando fazemos nossas escolhas. Por isso, quero deixar de pensar no que eu poderia ter ganho. Quero aproveitar tudo que aconteceu, tudo, mesmo as coisas que eu perdi, pois um dia eu as tive e dar o valor merecido para as coisas que eu conquistei e as mantive.
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Todos e tudo têm o tempo certo de entrar e sair de nossas vidas.