Thursday, December 21, 2006

Castelo de areia

Eu nunca construí um castelo de areia. Também pudera, quase nunca fui á praia.

Lembro que quando era criança, por volta dos meus 6 anos, eu ia até uma praia de pescadores, passar uns dias na casa dos avós dos meus primos.

Praia de pescadores, se é que se pode chamá-ça de praia, não tem onda e nem areia branca. É praticamente uma gosma escura que gruda entre nossos dedos á cada passo que afundamos nossos pés. Na água, há o risco de ser picado por siris e caranguejos ou pisar em um peixe bagre.
A primeira vez que vi praia com onda foi aos 14 anos. Chovia e ventava, então não ficamos muito tempo, apenas olhamos, pois as gostas da chuva e as gotas do mar carregadas pelo forte vento agredia nossos rostos. Doía muito.

Regressei á casa dos avós dos meus primos outras vezes, mas em nenhuma delas fui á praia.

Voltei á uma praia aos 19 anos. A
gora sim, para aproveitar e em praias de verdade.
A que mais me encantou: Praia da Joaquina. Mar de um azul claro, forte ondas, areia branca.

Entretanto, não construí meu castelo de areia.
O único castelo de areia que possuí e ainda possuo é a minha vida.

Meu castelo, montado com cada grão de areia que representa uma pessoa em minha vida, não é um castelo de contos de fadas.
Pelo contrário.
Ele ainda está em construção.
Grãos se foram, levados pelo vento.
Partindo em uma viagem sem fim ou simplesmente para se abrigar em um outro castelo, mais forte e mais bonito.

Eu não desanimo.

Ainda há milhares de grãos que manterão meu castelo em pé por muito tempo.
São meus parentes, meus pais, meu irmão, meus amigos.
São pessoas que serão para a vida toda.
Aquelas que estarão comigo quando o meu castelo começar a desmoronar...

Wednesday, December 13, 2006

(IN) Decisões.

De repente a gente se depara com certos momentos de nossas vidas em que temos que tomar decisões. Encontramos esses momentos desde que tomamos consciência de sermos, de existirmos. Decidimos se vamos brincar com esta boneca ou aquele bambolê. Quero esta cor de lápis-de-cor ou aquela outra? Quero ver scooby-doo ou smurfs?
Com a idade, as escolhas vão se modificando e se tornando cada vez mais complicadas.
Gosto deste ou daquele garoto?
Sou mais amiga desta ou daquela outra?
Que carreira vou prestar no vestibular?
Que cursos quero fazer?
Que área pretendo seguir?
O que fazer? Devo ir em frente sempre?
Em proporções diferentes, o medo sempre pesa nessas questões. Temos medo de iniciar uma relação com alguém, nos sentimos inseguros quando temos que definir alguma coisa. É natural, afinal ninguém pode prever o futuro e temer o desconhecido faz parte do jogo.
Cabe á cada um decidir se vai continuar temendo ou ir fundo em cada alternativa que aparecer em sua vida. Escolhendo a primeira opção, tem que estar preparado para se arrepender. Escolhendo a segunda, ter forças para se reerguer após cada queda que, com certeza, virá.
Nunca, porém, estamos preparados para o arrependimento. Aquela dor no peito e aquela voz chatinha em sua cabeça dizendo constantemente "você não devia ter feito isso". Muito menos temos certeza se conseguiremos ou teremos forças depois da última queda, que sempre será a pior para você. Infelizmente nunca teremos certeza antes, durante. Apenas depois.
É mais fácil analisar os fatos depois que eles ocorreram, depois que nenhum fato surpreendente surgirá para mudar os rumos do que já foi feito. Por isso eu amo história. Estamos sempre pisando em terrenos firmes - ainda que complicados - e muito dificilmente surgirá algo para que ela mude completamente. Por exemplo, nada surgirá para dizer que Hitler não existiu, que não houve a segunda guerra e assim por diante.
Entretanto, não podemos esperar que o tempo passe. Tem decisões que são imediatas. E como saber se você escolheu o certo? Não tem. O máximo que descobrirá é se foi feliz ou não com aquela escolha, mas jamais saberá o que teria acontecido se tivesse ido pelo outro caminho...
Fazer o quê?
A vida é assim, cheia de (in) decisões.

*****
Mas que eu gostaria de saber se estou fazendo a coisa certa, ah eu gostaria!

Friday, December 08, 2006

Corrente!

Essa é uma das - poucas, mas poucas mesmo - correntes que eu curto responder!

As regras são simples.

Escolha uma banda e responda as perguntas com os títulos de músicas dessa banda!

Aqui vão as minhas respostas:

  • :: Banda Que Escolhi: Engenheiros do Hawaii

  • :: 1 Você é homem ou mulher?
  • Eu sou uma "Sweet Begônia "

  • :: 2. Descreva-se:
  • "A Bola da Vez" =D

  • :: 3. O que as pessoas acham de você?
  • "Sem Você (é Foda!)"

  • :: 4. Como descreveria seu último relacionamento amoroso?
  • "A Promessa"

  • :: 5. Descreva sua atual relação com seu namorado ou pretendente:
  • "Ninguém = Ninguém"

  • :: 6. Onde queria estar agora?
  • "Infinita Highway"

  • :: 7. O que pensa a respeito do amor?
  • "Hora Do Mergulho"

  • :: 8. Como é sua vida?
  • "Novos Horizontes"

  • :: 9. O que pediria se pudesse ter apenas um desejo?
  • "O Castelo Dos Destinos Cruzados "

  • :: 10. Escreva uma frase sábia:
  • "Problemas...sempre Existiram..."


Saturday, December 02, 2006

Balada

O som estava alto, a fumaça e a pouca iluminação embaçavam a sua visão, o cheiro de alcóol e cigarro misturavam-se em seu cabelo e sua roupa. E a música entrava em seu corpo.

Andréia sentia cada batida fluindo pelas suas véias. Seu coração batia no mesmo ritmo. Por alguns instantes esqueceu onde estava, com quem estava. Ignorava as dezenas de pessoas dançando no mesmo ritmo á sua volta. Por um momento, ela só sentia a música.


Problemas, preocupações e tristezas ficaram do lado de fora, trancados em seu carro - pois uma hora deveria voltar á realidade - enquanto se divertia naquela casa noturna.

Troca de olhares. Já não é mais a música e ela apenas, seus movimentos começam a ter objetivo. Finge que não o vê, finge que não percebe que ele está se aproximando. Finge que não gosta quando ele a segura pelo braço. Finge que o beijo é forçado.

"O mundo vai acabar
Ela só quer dançar
O mundo vai acabar
Ela só quer dançar, dançar, dançar!
Pneus de carro cantam...
Tchururu tchuru tchuru"

Não pergunta o seu nome, quebraria a magia da noite. Não quer vê-lo outra vez, apesar de admitir que beija bem. Não, Andréia não veio atrás de dores de cabeça. Veio para esquecê-las.
No bar, pede a sua poção mágica. Seu corpo quente pelo calor do local e agitação da música relaxa enquanto o liquído gelado e amargo escorre pela sua garganta.

E volta a dançar.
Encontra uma de suas amigas.
Dançam juntas.
Uma seduz á outra, seduzindo de tabela á quem assiste. Juntas vão ao chão e levantam. E dançam. Dançam...Dançam...
Risadas.
Novas trocas de olhares.
Novos beijos.
E mais música.

Lá fora o Sol já está nascendo mais uma vez. Os raios ofuscam sua visão, sua vista arde, estava em um ambiente muito escuro. O segurança fecha a porta á suas costas e no mesmo instante a lúcidez retorna. De volta á realidade.

Ainda não.

Chega em casa em vinte minutos, joga a chave em um canto, os sapatos e as roupas noutro. Por fim, joga-se na cama, sem banho, para as marcas daquele mundo irreal, surreal, quase abstrato e totalmente bacanal permanecerem por mais algumas horas em seu corpo.

Cansada, adormece rápido.

E somente quando acordar, aí sim, retornar á realidade.